A seleção portuguesa de futebol de sub-21 qualificou-se hoje para a fase final do Campeonato da Europa de 2021, ao vencer por 2-1 na receção à congénere de Chipre, no penúltimo jogo do Grupo 7 de apuramento.
No estádio municipal da Bela Vista, em Parchal, Artymatas colocou o Chipre em vantagem, aos dois minutos, mas Gedson Fernandes, de grande penalidade, aos 45+1, e Diogo Queirós, aos 68, viraram o resultado e asseguraram a qualificação antecipada da equipa das ‘quinas’, na pior das hipóteses, como uma das cinco melhores segundas classificadas.
Portugal, que vai disputar pela nona vez o Europeu, no qual tem como melhor resultado dois segundos lugares (1994 e 2015), discute na quarta-feira a vitória no Grupo 7 frente aos Países Baixos, líderes, com mais três pontos, e também já apurados para a fase final, a realizar na Hungria e na Eslovénia.
COMENTÁRIO: Portugal, mesmo desinspirado, assegura ‘passaporte’ para o Euro de sub-21
A seleção portuguesa de futebol de sub-21 assegurou hoje a qualificação para o Europeu de 2021, ao bater a congénere de Chipre com uma vitória sofrida, com reviravolta no marcador do jogo do Grupo 7 de apuramento.
No Estádio Municipal da Bela Vista, em Parchal, a equipa cipriota abriu cedo o marcador, por Artymatas, aos dois minutos, mas Portugal, apesar de uma exibição algo desinspirada, acabou por virar o resultado, com golos de Gedson Fernandes, de grande penalidade, a fechar a primeira parte (45+1), e Diogo Queirós (68).
A equipa portuguesa garantiu, assim, o apuramento para a competição a disputar na Hungria e na Eslovénia, em 2021, como, pelo menos, uma das cinco melhores segundas classificadas da fase de qualificação.
No Grupo 7, Portugal soma agora 24 pontos, menos três do que o líder Países Baixos, que defronta em Portimão na quarta-feira, precisando de vencer por mais de dois golos de diferença para chegar ao primeiro lugar, ‘anulando’ a derrota (4-2) em solo holandês.
Face à vitória de quinta-feira sobre a Bielorrússia (3-0), em Portimão, o selecionador português, Rui Jorge, fez apenas duas mudanças no ‘onze’, chamando à titularidade Thierry Correia e Rafael Leão, para os lugares de Diogo Dalot e Fábio Vieira.
Os cipriotas, penúltimos classificados do grupo, surpreenderam a equipa portuguesa logo ao segundo minuto da partida: Satsias marcou um livre da esquerda e o central Artymatas subiu mais alto do que os defesas lusos para cabecear com sucesso.
Se já se esperava um Portugal em modo ofensivo a partir do apito inicial, o golo madrugador de Chipre só agravou a necessidade de a equipa de Rui Jorge ganhar ascendente em busca da vitória.
Nos lances de maior perigo, aos 17 minutos, Diogo Queirós cabeceou ao poste, após um canto de Vítor Ferreira, e, pouco depois, aos 24, Rafael Leão rematou para grande defesa do guardião cipriota.
No primeiro minuto de ‘descontos’ da primeira metade, Portugal chegou à igualdade, depois de Thierry Correia ter sofrido grande penalidade: Gedson Fernandes converteu o castigo máximo, Paraskevas ainda defendeu, mas deixou a bola escapar-se para dentro da baliza.
Logo depois, ainda antes do intervalo, a equipa portuguesa podia ter virado o resultado, mas Paraskevas opôs-se, desta vez com sucesso, aos remates de Jota e Rafael Leão.
Já na segunda metade, manteve-se o panorama de domínio português, mas de forma desinspirada e pouco dinâmica, acabando por ser um lance de bola parada a desequilibrar o marcador para Portugal, aos 68 minutos.
Na sequência de um canto cobrado por Vítor Ferreira, Florentino desviou ao primeiro poste e o central Diogo Queirós surgiu ao segundo a cabecear para a baliza cipriota, selando a reviravolta na partida.
Até ao apito final, os portugueses controlaram a magra vantagem, mas, já nos descontos, Gedson poderia ter aumentado a diferença em duas ocasiões, mas atirou ao lado (90+2 minutos) e contra o guardião adversário (90+4).
Declarações
Declarações após o jogo entre as seleções de sub-21 de Portugal e Chipre (2-1), do Grupo 7 de qualificação para o Euro2021, disputado hoje no Estádio Municipal da Bela Vista, no Parchal:
Rui Jorge (selecionador de Portugal): “Nunca esperamos sofrer golos – e sofrer golos logo no início, o que dificulta mais a tarefa. Em termos mentais, não é fácil sofrer quando se tem a ambição de ganhar um jogo para disputar o primeiro lugar do grupo, mas acho que acabámos por conseguir dar a volta.
Não tendo sido um jogo tão seguro quanto o último que fizemos contra a Bielorrússia (vitória por 3-0), foi um jogo em que dominámos o adversário. É claro que, contra estas equipas, podemos estar sempre sujeitos a contra-ataques perigosos, mas não aconteceu muito. Voltámos a falhar algumas ocasiões de golo e quando o resultado anda ali próximo fica sempre um pouco mais difícil. Não tendo feito um jogo brilhante, acho que estivemos bem.
Não faltou agressividade. O resultado apertado pode dar a sensação de que o jogo foi equilibrado. O jogo não foi equilibrado. Nós dominámos o jogo completamente, mas não fomos eficazes. O resultado é inteiramente justo e até peca por escasso.
Estamos há uma série de jogos sem poder perder qualquer ponto se queremos disputar esse primeiro lugar [do grupo], porque o nosso adversário [Países Baixos] tem feito um apuramento absolutamente extraordinário, mas nós queríamos muito ir para este último jogo com a possibilidade de ser primeiros no grupo.
Têm feito um percurso brilhante. Ofensivamente, estão num nível tremendo, ganharam 2-0 à Noruega e têm pelo menos quatro golos marcados nos outros jogos, incluindo connosco. Portanto, têm feito muito para merecer o primeiro lugar e nós vamos tentar fazer muito para os tirar de lá.
[Sobre a fase de grupos do Euro2021, em março] É uma incógnita para todos nós. Será uma situação atípica para os sub-21, mas teremos tempo de pensar nisso. Sabemos que não vai ser como nos anos anteriores, vai ser chegar, concentrar no domingo e, eventualmente, jogar um jogo de apuramento contra uma das melhores equipas europeias numa quinta-feira, a meio dos campeonatos, mas é a hipótese que temos para disputar e vamos fazê-lo com orgulho.”
Jota (jogador de Portugal): “Acho que, antes de mais, temos de estar orgulhosos por aquilo que conseguimos hoje. Campeões europeus? Isso é pensar muito à frente. Nós fazemos tudo passo a passo e temos feito a nossa caminhada assim, nunca pensamos nos jogos lá para a frente. Temos de desfrutar ao máximo, ainda temos mais um jogo para terminarmos em primeiro, que é o nosso objetivo, e o Europeu chegará na altura certa.
Não foi o melhor começo da nossa parte, termos sofrido logo no princípio, mas conseguimos ter serenidade. Mentalmente, estávamos preparados e continuámos a fazer o nosso, de forma organizada. Os golos chegaram por causa disso. Não foi o nosso melhor jogo, mas conseguimos a vitória e acho que isso era mais do que justo.”
Jogo no Estádio Municipal da Bela Vista, no Parchal
Portugal – Chipre, 2-1
Ao intervalo: 1-1
Marcadores:
0-1, Artymatas, 02 minutos.
1-1, Gedson Fernandes, 45+1 (grande penalidade).
2-1, Diogo Queirós, 68.
Equipas:
– Portugal: Diogo Costa, Thierry Correia, Diogo Queirós, Diogo Leite, Nuno Mendes (Fábio Vieira, 82), Florentino, Vítor Ferreira, Gedson, Jota (Pedro Gonçalves, 69), Dany Mota (Gonçalo Ramos, 46) e Rafael Leão (João Mário, 46).
(Suplentes: Luís Maximiano, Pedro Gonçalves, Daniel Bragança, Diogo Dalot, Tiago Djaló, Gonçalo Ramos, João Mário, Joelson Fernandes e Fábio Vieira).
Selecionador: Rui Jorge.
– Chipre: Paraskevas, Peratikos (Sergiou, 79), Artymatas (Adoni, 72), Andreou, Pileas, Satsias, Panayioto, Gavriel (Paroutis, 72), Mamas (Neophytou, 86), Roles (Charalambous, 46) e Katsantonis.
(Suplentes: Papastylianou, Sergiou, Antoniou, Charalampous, Neophytou, Charalambous, Adoni, Siathas e Paroutis).
Selecionador: Sasa Jovanovic.
Árbitro: Barbeno Luca (San Marino)
Ação disciplinar: Cartão amarelo para Peratikos (19), Katsantonis (32), Gedson (36), Roles (45) e Andreou (45+1).
Assistência: Jogo realizado à porta fechada devido à pandemia de covid-19