O ministro da Defesa deixou claro que os afegãos que vêm para Portugal apenas “têm o direito de trazer uma esposa, no caso de haver mais do que uma”. Mas é possível que as sociedades ocidentais – e laicas – se mostrem tão preocupadas com os direitos das mulheres no Afeganistão e deixem para trás todas aquelas que não encaixam num modelo de casamento trancado na união entre duas pessoas? Paulo Mendes Pinto, perito em História das Religiões, explica que as preteridas pelos maridos “serão literalmente repudiadas” porque, na visão da sociedade afegã, “uma mulher sozinha com filhos ou é viúva ou não existe”