As conhecidas burlas por mensagem escrita não param de conhecer novas variantes. Para além da conhecida burla do WhatsApp conhecida como “Olá, mãe/pai” que já fez milhares de vítimas, incluindo Maria do Céu Antunes, a ministra da Agricultura, há agora uma nova com os mesmos contornos, mas com um “roteiro” diferente.
O esquema clássico passa por os burlões enviarem uma mensagem escrita numa aplicação de comunicação, maioritariamente o WhatsApp a apresentarem-se como um familiar muito próximo normalmente o filho ou filha da potencial vítima.
Daí a burla costuma seguir duas variantes: telemóvel avariado ou a alteração do contacto telefónico. Depois de estar escolhida a variante, é elaborado um diálogo com vista a receberem uma transferência monetária. A justificação é de que se destina ao pagamento da reparação ou aquisição de um novo telemóvel, ou para liquidar uma despesa urgente.
Numa troca de mensagens, que usa esta nova burla, pode-se ler: “Mãe, parti o meu telemóvel, vou estar a usar este enquanto o outro vai para arranjar. Posso pedir-te um favor urgente?”. A mãe responde afirmativamente a esta mensagem.
O suspeito continua dizendo: “Tenho uma dívida de 325 euros para ser paga até hoje, mas a aplicação do banco está no outro telemóvel. Consegues fazer o pagamento por mim que eu amanhã devolvo-te sem falta?”.
O Polígrafo contactou a Polícia de Segurança Pública (PSP). A força de segurança refere que “nos últimos cinco anos a PSP registou mais de 38.600 denúncias de burlas praticadas através de meios digitais e deteve 32 suspeitos pela prática deste crime”. Em relação a 2023, só no primeiro trimestre “já foram efetivadas nove detenções”.
Evite cair nesta burla e siga as recomendações da PSP
“Quando a vítima tenta o contacto através de chamada de voz, a mesma não é atendida e é remetida mensagem escrita com uma justificação e incentivando o contato só por mensagem escrita. O contacto através de chamada de voz é a primeira e mais rápida forma de prevenção e de despiste”.
A PSP aconselha ainda a ligar “sempre para o número original dos seus filhos e, caso consiga falar com eles e confirmar que se trata de uma tentativa de burla, reporte a situação de imediato à PSP”.
Alerta também para não realizar “qualquer transferência de dinheiro sem previamente conseguir falar de viva voz e reconhecer a pessoa com quem pensa estar em conversação”.
Faça também “perguntas simples que, em princípio, o seu familiar conheça (quais as datas de aniversário de ambos, qual o curso e a universidade que frequentam ou frequentaram, qual a matrícula do carro da família, etc)”.
Por fim, se não se sente “seguro a utilizar plataformas de comunicação ou de pagamento/transferência de dinheiro, solicite apoio a outra pessoa da sua absoluta confiança ou, igualmente, inscreva-se em programas oficiais de inclusão digital, como o EUSOUDIGITAL, da qual a PSP é entidade parceira”.