Diz-se que a ilha dos Cães é misteriosa, desde o nome, até ao facto de pouco ou nada se falar dela. Durante séculos apareceu em todos os mapas do Algarve. A primeira referência à presença humana na ilha dos Cães data de 1522. Uma vez que esta estava isolada, era o local ideal para os leprosos se refugiarem sem levar a doença para as zonas povoadas. Hoje não se fala da ilha dos Cães, mas sim das duas ilhas que se formaram a partir desta.
Qualquer banco de areia modifica-se com os ventos e marés e as barras que separam as ilhas deslocam-se lentamente de oeste para este. Para além destes dois fatores, também o terramoto de 1755 conduziu a alterações na morfologia das ilhas. No entanto, foi no século passado que a ilha dos Cães se transformou em duas, na Deserta e na Culatra, aquando da abertura da Barra Nova, que iria facilitar o tráfego marítimo nos portos de Faro e Olhão.
No que diz respeito à referência dos cães no nome da ilha, avança a VortexMag que esta pode ter tido origem no papel importante que os fiéis amigos dos pescadores desempenhavam. De salientar que o cão de água dividia o trabalho com os pescadores, ajudando a encaminhar cardumes para as redes, e ficando de vigia. “Outros mergulhavam velozmente e traziam o peixe intacto na boca, sendo pagos por esse serviço”, avança a mesma fonte.
Nos dias de hoje, para conhecer o espaço que outrora pertenceu à ilha dos Cães, terá de visitar a ilha Deserta e a Culatra. Ambas pertencem ao município de Faro, contudo, terá de apanhar diferentes barcos para lá chegar. Se quiser ir até à Culatra tanto pode entrar no barco em Olhão, como em Faro, ao passo que para ir até à Deserta apenas pode partir do cais das Portas do Mar, em Faro.
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