A câmara de Nova Iorque contratou uma ex-professora para travar um dos maiores e mais antigos inimigos da metrópole, as ratazanas.
Todos os presidentes de câmara de Nova Iorque travaram esta guerra e a maioria perdeu-a.
Agora, Eric Adams apostou numa ex-professora e ativista anti-ratos, designando-a como responsável pela mitigação de roedores, noticiou a agência Associated Press (AP).
Kathleen Corradi tem a tarefa de combater os potencialmente milhões de ratos que se encontram em cantos e recantos urbanos, túneis de metro e terrenos baldios.
A cidade promoveu este emprego com um anúncio onde procurava candidatos “sedentos de sangue”, possuidores de “instintos assassinos” e que poderia comprometer-se com o “abate em grande escala” de ratos.
“Quando vi o anúncio de emprego pela primeira vez, não tinha a certeza se era real. ‘Sede de sangue’ não é uma palavra que você normalmente se vê numa descrição de trabalho e certamente não é uma palavra que eu costumo [utilizar para] me descrever”, explicou Corradi durante uma conferência de imprensa no parque de Harlem.
“Vocês vão ver-me muito e muitos menos ratos”, assegurou.
Os ratos há muito que atormentam a cidade, sendo uma das principais preocupações da população, juntamente com o crime, a falta habitações e os preços dos alugueres das casas.
Nenhuma armadilha ou veneno conseguiu reduzir totalmente os seus números, sendo que os ratos prosperaram em túneis de metro e tocas em terrenos baldios e parques da cidade.
“Os ratos são inteligentes, são resilientes. Muitos de nós vivemos em comunidades onde os ratos pensam que mandam na cidade”, sublinhou Eric Adams, um democrata.
No ano passado, os nova-iorquinos ligaram quase 3,2 milhões de vezes para a linha destinada a avistamentos de ratos, número um pouco abaixo do máximo de reclamações em 2021.
Estima-se que em Paris haja mais ratos do que pessoas
A abordagem da cidade de Nova Iorque contrasta com alguns esforços dos defensores dos direitos dos animais em Paris, onde pode haver mais ratos do que os seus 2,2 milhões de habitantes, talvez o dobro, de acordo com algumas estimativas.
A recente greve de recolha de lixo deixou algumas ruas repletas de ratos.
O grupo de direitos dos animais Paris Animaux Zoopolis tem tentado convencer os parisienses de que “os ratos não são inimigos!”
Em Nova Iorque, Adams pensa o contrário.
“Não podemos ser filosóficos sobre coisas que afetam a qualidade de vida dos nova-iorquinos”, frisou o autarca.
Em novembro, o prefeito assinou uma lei destinada a reduzir os problemas com ratos na cidade, incluindo novas regras que limitam quanto tempo o lixo pode ficar parado nas ruas.
Animais podem transmitir doenças
A primeira missão de Corradi será lançar uma “zona de mitigação de ratos” no Harlem, onde a cidade investirá 3,5 milhões de dólares (cerca de 3,2 milhões de euros) para implantar “um plano acelerado de redução de ratos”.
As estratégias que funcionarem no parque de Harlem serão estendidas a outros locais.
Além do habitual medo e repulsa que causam, os ratos podem transmitir doenças como a leptospirose. Em raras ocasiões, a doença pode levar à meningite e causar insuficiência renal e hepática.