O primeiro-ministro do Reino Unido anunciou esta segunda-feira que pelo menos uma pessoa já morreu vítima da nova variante de covid-19, a ómicron. Boris Johnson não confirmou, mas também não conseguiu negar, que haverá novas regras de distanciamento impostas para o período natalício.
De visita a um centro de vacinação no centro de Londres, em Paddington, o governante conservador afirmou que a variante Ómicron se tornará dominante na capital britânica num prazo de 24 horas.
“Tem de ser posta de lado a ideia de que esta é de alguma forma uma versão mais branda do vírus , para já, porque é preciso reconhecer que o ritmo a que se está a espalhar pela população é alto. Portanto, a melhor coisa que podemos fazer é levar as doses de reforço”, disse o primeiro-ministro, referindo-se à terceira dose da vacina.
Os principais responsáveis pela saúde pública no Reino Unido já aconselharam os ministros a impor “medidas nacionais muito rigorosas” até 18 de dezembro, segundo um documento interno obtido pelo diário “The Guardian” este fim de semana. Caso contrário, alertam os especialistas, as hospitalizações de doentes com covid-19 podem ultrapassar o pico atingido no inverno passado, lê-se na mesma nota enviada ao membros do Executivo.
O ministro da Saúde, Sajid Javid, recebeu na passada terça-feira a Agência de Saúde e Segurança do Reino Unido (UKHSA). Dessa reunião saiu uma conclusão importante que deve servir para outros países, mesmo aqueles onde a Ómicron não está tão disseminada: mesmo que a nova variante não provoque sintomas mais graves de covid-19, a sua capacidade de infetar pode ser superior às outras variantes conhecidas e, no caso do Reino Unido, estima a UKHSA, isso pode significar até 5000 pessoas por dia a dar entrada nos hospitais.
PRIMEIRO-MINISTRO CONTESTADO NO SEU PARTIDO
Johnson está a ter uma das semanas mais difíceis de todo o seu mandato. Esta terça-feira anuncia-se a revolta de pelo menos 70 deputados do seu Partido Conservador (que goza de uma maioria de 80 na Câmara dos Comuns) contra eventuais medidas restritivas que possam vir a ser decretadas. Em pano de fundo está a festa de Natal que os funcionários de Downing Street organizaram no ano passado, ilegalmente, quando morriam com covid-19 bem mais de cem pessoas por dia no país.
O documento da UKHSA entregue ao ministro da Saúde prevê que, ao atual ritmo de duplicação de casos a cada 2,5 dias, o número de contaminados diários da variante Ómicron atinja 248 mil por dia até 19 de dezembro. Estes números não são “uma projeção”, mas “uma estimativa”, já que são baseados na atual progressão confirmada da variante nos últimos 14 dias.
– Notícia do Expresso, jornal parceiro do POSTAL