Seis trabalhadores morreram durante a construção da feira mundial Expo2020 no Dubai, três dos quais de covid-19, reconheceram este domingo os responsáveis pelo evento, que abriu ao público em 1 de outubro.
As declarações deste domingo ocorrem depois de a Expo2020 publicar no sábado um relatório que diz quantos trabalhadores morreram durante a construção da feira.
A porta-voz da Expo2020, Sconaid McGeachin, disse que três trabalhadores morreram de covid-19, além de outros três em acidentes de construção, sem especificar quando estes ocorreram.
Sconaid McGeachin recusou-se a descrever a extensão do surto do novo coronavírus entre os trabalhadores no local. A porta-voz alegou que as informações sobre os acidentes de trabalho estiveram disponíveis anteriormente, sem dar mais detalhes.
PARLAMENTO EUROPEU APELOU AOS PAÍSES PARA NÃO PARTICIPAREM NA EXPO NO DUBAI
A Expo 2020 já havia anunciado que 200 mil trabalhadores participaram na construção da feira e que trabalharam cerca de 240 milhões de horas, mas não tinha divulgado qualquer estatística sobre mortes de trabalhadores, lesões ou infeções pelo novo coronavírus, apesar dos repetidos pedidos da agência noticiosa AP e de outros meios de informação.
A divulgação do número de mortes de trabalhadores ocorre após o Parlamento Europeu ter apelado em setembro aos diversos países para que não participassem da Expo no Dubai, apontando as “práticas desumanas contra os trabalhadores estrangeiros” por parte dos Emirados Árabes Unidos, notando que tais condições pioraram durante a pandemia.
Os Emirados Árabes Unidos enfrentam críticas de longa data de grupos de direitos humanos por tratarem mal estes trabalhadores. Mas as autoridades têm lutado para apresentar uma imagem positiva para a Expo.
Os trabalhadores nos Emirados Árabes Unidos estão proibidos de se sindicalizar e têm pouca proteção social e laboral, muitas vezes trabalhando horas a fio, por um reduzido salário e vivendo em condições precárias.