Portugal regista hoje mais um morto e 167 novos casos de infeção por covid-19 em relação a terça-feira, segundo o boletim diário da Direção-Geral de Saúde (DGS).
De acordo com o relatório da situação epidemiológica da DGS, desde o início da pandemia até hoje registaram-se 51.848 casos de infeção confirmados e 1.740 mortes, a última das quais na região Norte.
A região de Lisboa e Vale do Tejo totaliza hoje 26.573 casos de covid-19, mais 116 do que na terça-feira, representando 69% do total nacional.
Em termos percentuais, nas últimas 24 horas o aumento no número de casos confirmados foi de 0,3% (passou de 51.681 para 51.848).
O número de doentes dados como recuperados de covid-19 aumentou nas últimas 24 horas para 37.565, mais 247, voltando a registar um número superior ao de novos casos (167).
Quanto aos casos confirmados, a região de Lisboa e Vale do Tejo lidera, com 26.573, seguida pela região Norte com 18.854, mais 38 casos, e a região Centro tem 4.478 infeções confirmadas, mais três novos casos do que os registados na véspera, de acordo com o boletim.
O Algarve totaliza 902 casos, mais um do que na terça-feira, e o Alentejo tem mais sete casos de infeção, num total de 753.
A Madeira regista mais um caso, totalizando agora 118 infeções confirmadas, e nenhuma morte e nos Açores a DGS contabilizou mais uma infeção, totalizando 170 casos de covid-19, mantendo-se os 15 mortos já anteriormente registados.
O número de pessoas internadas é de 384 nas últimas 24 horas, representando menos 17 pessoas do que na terça-feira e nos cuidados intensivos estão hoje 41 pessoas, menos três em relação ao boletim diário anterior.
Sobre os casos por concelho, a DGS recorda que apenas é atualizada às segundas-feiras e adianta que se refere ao total de notificações médicas no sistema SINAVE, não incluindo notificações laboratoriais. Como tal, pode não corresponder à totalidade dos casos por concelho.
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Já são 613 os casos recuperados no Algarve
Ao que o POSTAL apurou, o total de casos confirmados até segunda-feira elevava-se a 889 (DGS apresenta hoje 902), com 17 falecimentos a lamentar (a DGS apresenta apenas 15, menos 2).
À data de segunda-feira, dia 3, a região do Algarve apresentava 259 casos ativos de doentes com Covid-19 e 613 que já se encontram recuperados.
Até segunda-feira, os três concelhos com mais casos ativos representavam cerca de 55% da totalidade dos casos ainda infetados: Loulé com com 52, Faro com 49 e Albufeira com 41.
Já com menos de 10 casos ativos, existem 6 concelhos: Castro Marim com nenhum caso ativo, Aljezur com apenas 2, São Brás de Alportel e Vila Real de Santo António com 3, Monchique com 4 e Lagoa com 5.
Estes dados baseiam-se nas informações da Entidade Regional de Saúde do Algarve e das autarquias algarvias, dados nem sempre coincidentes com os da DGS, que passou a atualizar os casos por concelho semanalmente.
Em termos globais, há mais infetados na faixa etária entre 40 e 49 anos (8.589), seguindo-se a faixa entre 30 e 39 anos, que contabiliza hoje 8.471 casos.
A faixa etária entre os 20 e os 29 anos, totaliza em Portugal desde o início da pandemia 7.929 casos, mais 22 infeções.
Na faixa dos 50 aos 59 anos, registam-se 28 novos casos, situando-se nos 7.829.
Com mais de 80 anos, tiveram infeções confirmadas 5.885 pessoas, mais sete do que na terça-feira.
A covid-19 já afetou em Portugal 1.883 crianças até aos nove anos e 2.391 entre os 10 e os 19.
As autoridades de saúde têm sob vigilância 37.369 pessoas, mais 423 relativamente a terça-feira.
Aguardam resultado laboratorial 1.437 pessoas, menos 14 do que na véspera.
A região Norte continua a registar o maior número de mortes (829), seguida da região de Lisboa e Vale do Tejo (607), o Centro (252), Alentejo (22), Algarve (15) e Açores (15).
Os dados indicam que do total das vítimas mortais, 870 são homens e 870 são mulheres.
Por faixas etárias, o maior número de óbitos concentra-se nas pessoas com mais de 80 anos (1.165), seguidas das que tinham entre 70 e 79 anos (338), entre 60 e 69 anos (155) e entre 50 e 59 anos (56). Há ainda 20 mortos registados entre os 40 e 49 anos, quatro entre os 30 e 39 e dois entre os 20 e 29 anos.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 701 mil mortos e infetou mais de 18,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Doença matou mais de 700 mil pessoas e infetou mais de 18,5 milhões
A pandemia de covid-19 já matou pelo menos 701.112 pessoas em todo o mundo desde que o vírus foi detetado na China, em dezembro, refere o último balanço feito pela Agência France-Presse (AFP) com base em dados oficiais.
Ao todo, 18.572.720 casos de infeção foram oficialmente diagnosticados em 196 países e territórios, dos quais pelo menos 10.917.200 já foram considerados curados.
O número de casos diagnosticados só reflete, no entanto, uma fração do número real de infeções, já que alguns países testam apenas casos graves, outros fazem os testes para rastreio e muitos países mais pobres têm uma capacidade limitada de fazer testes.
Na terça-feira foram registadas 6.784 mortes e 252.972 novos casos da doença em todo o mundo, sendo que os países que mais vítimas mortais contabilizaram nos seus últimos relatórios foram os Estados Unidos, com 1.302 novos casos, o Brasil (1.154) e o México (857).
Os Estados Unidos são o país mais afetado tanto em termos de vítimas mortais como de infeções, com 156.830 mortes e 4.771.846 casos, segundo a Universidade Johns Hopkins. Pelo menos 1.528.979 pessoas foram declaradas curadas no país.
Depois dos Estados Unidos, os países mais afetados são o Brasil, com 95.819 mortos e 2.801.921 casos, o México, com 48.869 mortos e 449.961 casos de infeção, o Reino Unido, com 46.299 mortos e 306.293 casos, e a Índia, com 39.795 óbitos e 1.908.254 casos de infeção.
Entre os países mais atingidos, a Bélgica é a que apresenta o maior número de mortes em relação à sua população, com 85 mortes por cada 100.000 habitantes, seguida do Reino Unido (68), de Espanha (61), do Peru (61) e da Itália (58).
A China (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau) contabiliza oficialmente um total de 84.491 casos (27 novos nas últimas 24 horas), incluindo 4.634 mortes e 79.047 recuperados.
A Europa totalizava, às 12:00 de hoje, 211.603 mortes e 3.256.677 casos, enquanto a América Latina e as Caraíbas registavam 206.713 óbitos (5.120.531 casos).
Os Estados Unidos e o Canadá contabilizavam 165.818 mortes (4.889.179 casos) e na Ásia somavam-se 66.979 óbitos (3.113.070 casos).
O Médio Oriente contabilizava 28.637 mortes (1.192.975 casos), África 21.083 óbitos (979.057 casos) e Oceânia 279 mortes (21.239 casos).
Esta avaliação foi realizada usando dados recolhidos pela AFP junto das autoridades nacionais de saúde e com informações da Organização Mundial da Saúde.
Em Portugal, segundo o último boletim diário da Direção-Geral de Saúde (DGS), morreram 1.738 pessoas das 51.569 confirmadas como infetadas.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Universidades e politécnicos devem garantir ensino presencial, defende tutela
As universidades e politécnicos devem garantir as atividades presenciais no próximo ano letivo mas manter uma vigilância constante sobre o estado da pandemia da covid-19, agindo “de forma realista”, recomendou hoje a tutela.
Em comunicado, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior afirma que o papel das instituições é “garantir o ensino e a avaliação presencial como dimensão essencial da educação superior” e “assumir como objetivo” que se mantenham como regra.
Para isso, devem alargar-se os horários e incluir o sábado na semana letiva, defende a tutela, recomendando ainda “especial atenção” aos alunos que entram para o primeiro ano, que precisam de “reforçar a sua vinculação aos cursos e às instituições”.
O ministério defende ainda que se “promovam campanhas de testes virais” e “estudos imunológicos com base em rastreios serológicos”, usando as próprias capacidades dos centros de investigação das instituições de ensino superior, especialmente entre os alunos colocados em residências estudantis.
As universidades e politécnicos têm que garantir “medidas de reforço do distanciamento físico, higienização e desinfeção das instalações” e ir atualizando os seus planos de contingência conforme a evolução da covid-19.
A par do ensino presencial, devem aplicar “tecnologias digitais” para o apoiar e apostar em formas mistas ou combinadas de ensino, adaptando horas de contacto com os alunos e “reconfigurando, dentro dos limites legais, as cargas letivas existentes”.
As avaliações também devem ser presenciais, com uso obrigatórios de máscaras, defende ainda o Ministério, que pretende que se garanta “a presença dos docentes nas instituições”.
As durações das aulas e das avaliações têm que ser ajustadas para as necessidades e deve ser garantido o arejamento das salas.
Quando houver mais alunos do que a capacidade das salas permita, deve haver “soluções apoiadas por tecnologias digitais à distância” para que todos possam participar e deve ser prevista “uma rotatividade adequada dos estudantes”.
Espaços livres como “corredores, cantinas, bares e zonas de convívio das residências” devem ser especialmente vigiados, como os intervalos.
Serviços de apoio como bibliotecas também devem planear horários alargados para “evitar a concentração de estudantes no mesmo período de tempo”.
O ministério reitera que o ensino superior tem um papel central na recuperação do país no período pós-covid, garantindo que se consegue aumentar o número de jovens de 20 anos na universidade dos atuais 50% para 60% em 2030.
Mais de um milhão de pessoas em teletrabalho no 2.º trimestre – INE
Um milhão de pessoas esteve em teletrabalho no segundo trimestre sobretudo devido covid-19, o equivalente a 23,1% da população empregada, enquanto mais de 600 mil não trabalharam nem no emprego nem em casa, segundo o INE.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), entre abril e junho, “a população empregada que indicou ter exercido a sua profissão sempre ou quase sempre em casa na semana de referência ou nas três semanas anteriores foi estimada em 1.094,4 mil pessoas”, o equivalente a menos de um quarto da população empregada (23,1%).
Do mais de um milhão de trabalhadores em teletrabalho, 998,5 mil pessoas (91,2% em termos relativos) deram como razão principal para terem trabalhado a partir de casa a pandemia de covid-19.
Já comparando as horas trabalhadas, diz o INE que “não há grande diferença entre trabalhar em casa ou fora de casa”, uma vez que quem trabalhou em casa trabalhou, em média, 35 horas semanais, enquanto quem trabalhou fora de casa trabalhou, em média, 36 horas.
Já 643,8 mil pessoas empregadas não trabalharam nem no emprego principal nem em casa ou em outro local durante o período de referência, das quais 76,3% (491,5 mil) devido à covid-19.
Destas pessoas ausentes do emprego, a percentagem foi mais elevada nas regiões do Algarve (85,4%), da Madeira (81,8%) e região Centro (80,6%) e a proporção foi também maior entre os que completaram o ensino secundário ou pós-secundário não superior (83,0%) e trabalham por conta própria (91,3%).
A proporção foi também mais elevada nos trabalhadores das atividades de alojamento, restauração e similares (92,0%), dentro do setor dos serviços. Também é elevada a proporção de trabalhadores ausentes do emprego principal entre os dos serviços pessoais, de proteção e segurança e vendedores (81,7%).
Em relação aos trabalhadores em regime de teletrabalho, a Área Metropolitana de Lisboa foi a região em que se observou uma maior proporção de empregados que trabalharam sempre ou quase sempre em casa (36,0%).
As pessoas que mais trabalharam a partir de casa foram mais mulheres (25,2%) do que homens (21,1%), mais pessoas com ensino superior (53,8%) e mais os trabalhadores por conta de outrem (23,4%) do que os trabalhadores por conta própria (22,0%).
Mais de um quarto dos trabalhadores no setor dos serviços que trabalharam em casa trabalham na educação (27,5%), apesar desta atividade ser apenas a terceira com mais população empregada no setor terciário (12,5%), segundo o INE.
A profissão dos especialistas das atividades intelectuais e científicas, que representa 21,6% dos empregados no segundo trimestre, foi “claramente aquela em que mais trabalhadores exerceram a sua profissão em sempre ou quase sempre em casa (56,7%)”, lê-se na informação estatística hoje divulgada.
Da população que trabalhou desde casa, 1,038 milhões de pessoas utilizaram tecnologias de informação e comunicação, o equivalente a 94,8% das que trabalharam em casa no período de referência.
Os resultados hoje divulgados fazem parte do módulo sobre ‘Trabalho a partir de casa’ do Inquérito ao Emprego. A população-alvo deste módulo é composta pela população empregada, estimada em 4,731 milhões de pessoas, segundo o INE.
Albuquerque diz que decisão do Tribunal Constitucional sobre os Açores é “absurda”
A consideração pelo Tribunal Constitucional de que as autoridades açorianas violaram a Constituição ao impor uma quarentena obrigatória de 14 dias à chegada à região é um “absurdo”, exemplo de “centralismo anacrónico”, disse hoje o presidente do governo madeirense.
À margem da inauguração de um novo acesso à freguesia do Monte, no Funchal, Miguel Albuquerque manifestou hoje a sua solidariedade para com as autoridades dos Açores na luta contra a disseminação no território da pandemia da covid-19.
“Esta é uma decisão absurda, ninguém anda a violar direitos nenhuns”, sublinhou.
“É normal uma pessoa afetada andar a contaminar outros, isso é que é constitucional? É constitucional, em plena pandemia, fazer uma festa como a do Avante, com 100 mil pessoas? É constitucional fazer no 1º de Maio as manifestações absurdas que andaram a fazer?”, questionou.
No entender do social-democrata, o que deve ser constitucional é as autoridades da saúde tomarem medidas no sentido de evitar a proliferação da doença, pelo que esta é uma “discussão absurda e bizantina”.
“O Tribunal Constitucional é o paradigma das decisões centralista e anacrónicas no seu máximo expoente em Portugal”, afirmou, considerando estar em causa um tratamento das regiões autónomas “como colónias”.
Salientando que o Governo Regional da Madeira continuará a tomar “todas as medidas na defesa da saúde pública”, Miguel Albuquerque admitiu, contudo, que irá respeitar as decisões dos tribunais.
“A gente tem de acatar, infelizmente, as medidas mais loucas”, declarou, salientando, no entanto, que se o Tribunal Constitucional “achar que o que deve ser feito é permitir que as pessoas mantenham focos de infeção, então que assuma a responsabilidade”.
As autoridades açorianas violaram a constituição ao impor a quem chegasse à região uma quarentena obrigatória de 14 dias por causa da pandemia de covid-19, decidiu o Tribunal Constitucional (TC).
A decisão, que pode ser consultada na página do TC, surge na sequência de um recurso interposto pelo Ministério Público (MP) a uma decisão tomada pelo Tribunal Judicial de Ponta Delgada de libertar um homem que se queixou da quarentena de 14 dias imposta pelo governo açoriano.
Depois da decisão do tribunal de primeira instância, o MP recorreu para o TC, mas os juízes do Palácio Raton consideram, na decisão datada de 31 de julho, que “todas as normas disciplinadoras de um direito liberdade ou garantia carecem de uma autorização prévia da Assembleia da República”, exigência que “ganha particular relevância quando estão em causa compressões ou condicionamentos a um direito”.
Desde o dia 26 de março que todos os passageiros que chegavam aos Açores eram obrigados a ficar 14 dias em confinamento numa unidade hoteleira indicada pelo executivo açoriano, como medida restritiva para travar a evolução da pandemia da covid-19, tendo as despesas com o alojamento passado a ser pagas pelos passageiros não residentes no arquipélago a partir de 08 de maio.
Na sequência da decisão do tribunal judicial de libertar o queixoso, o presidente do Governo dos Açores anunciou que, a partir do dia 17 de maio, os passageiros que chegassem à região passavam a poder escolher entre quatro opções: viajar já com um teste negativo feito previamente à partida; submeter-se a um teste no momento da chegada e aguardar pelo resultado; cumprir um período de quarentena voluntária de 14 dias num hotel determinado, com os custos suportados pela região, ou regressar ao destino de origem.
Hoje, Miguel Albuquerque admitiu ainda ser natural, com o aumento de operações aéreas para a região (em agosto, 140 voos por semana e cerca de 70 mil visitantes), a possibilidade do aumento de casos na Madeira, sublinhando que com o controlo à chegada os viajantes serão “monitorizados e controlados para evitar focos pandémicos na região”.
O responsável disse não haver registo por parte das autoridades policiais de casos de desobediência no uso da máscara em espaços públicos e pediu bom senso, no que diz respeito a aglomerações, às pessoas que vão assistir ao Rali Vinho Madeira, que começa na quinta-feira e acaba no sábado.
O arquipélago da Madeira não regista qualquer óbito derivado da covid-19. Apresenta atualmente 117 casos confirmados, 98 casos recuperados e 19 casos ativos, estando em vigilância ativa e passiva 16.704 pessoas.
Governo dos Açores violou Constituição ao impor quarentena obrigatória – TC
As autoridades açorianas violaram a constituição ao impor a quem chegasse à região uma quarentena obrigatória de 14 dias por causa da pandemia de covid-19, decidiu o Tribunal Constitucional (TC).
A decisão, que hoje é noticiada pelo jornal Público e pode ser consultada na página do TC, surge na sequência de um recurso interposto pelo Ministério Público (MP) a uma decisão tomada pelo Tribunal Judicial de Ponta Delgada de libertar um homem que se queixou da quarentena de 14 dias imposta pelo governo açoriano.
Depois da decisão do tribunal de primeira instância, o MP recorreu para o TC, mas os juízes do Palácio Raton consideram, na decisão datada de 31 de julho, que “todas as normas disciplinadoras de um direito liberdade ou garantia carecem de uma autorização prévia da Assembleia da República”, exigência que “ganha particular relevância quando estão em causa compressões ou condicionamentos a um direito”.
Dizem ainda que “[…] a distinção entre privação total da liberdade (nomeadamente a prisão, que aliás pode revestir diversos graus de intensidade de confinamento) e a privação parcial (por exemplo, a proibição de entrada em determinados locais, proibição de residência em determinada localidade ou região) só tem relevo constitucional na medida em que a diferente gravidade de uma e outra deve ser tomada em conta na sua justificação sob o ponto de vista do princípio da proporcionalidade”.
Desde o dia 26 de março que todos os passageiros que chegavam aos Açores eram obrigados a ficar 14 dias em confinamento numa unidade hoteleira indicada pelo executivo açoriano, como medida restritiva para travar a evolução da pandemia da covid-19, tendo as despesas com o alojamento passado a ser pagas pelos passageiros não residentes no arquipélago a partir de 08 de maio.
Na sequência da decisão do tribunal judicial de libertar o queixoso, o presidente do Governo dos Açores anunciou que, a partir do dia 17 de maio, os passageiros que chegassem à região passavam a poder escolher entre quatro opções: viajar já com um teste negativo feito previamente à partida; submeter-se a um teste no momento da chegada e aguardar pelo resultado; cumprir um período de quarentena voluntária de 14 dias num hotel determinado, com os custos suportados pela região, ou regressar ao destino de origem.
O queixoso, um piloto aviador que presta serviço numa companhia aérea estrangeira, tem casa de família em S. Miguel, onde reside a mulher, tinha regressado a Portugal a 08 de maio, permanecendo em Lisboa até ao dia 10 de maio, pois só nessa altura houve voo para S. Miguel.
Disse ter aterrado em Ponta Delgada no dia 10 de maio e explicou que, durante o voo, lhe foi entregue pelo pessoal de cabine um questionário, que presume fosse emitido pela autoridade de saúde regional, contendo questões sobre o local de onde provinha, se tinha determinados sintomas, quais os seus contactos, questionário que preencheu.
Segundo explica a decisão do TC, na mesma ocasião, foi-lhe entregue uma declaração parcialmente preenchida, que devia completar com a sua identificação e assinatura, declarando que o incumprimento de quarentena o fazia incorrer em crime de desobediência, declaração que não subscreveu por não concordar.
Acabou, ainda assim, por ser transportado num autocarro, escoltado por um carro policial, para um hotel de Ponta Delgada, sendo informado de que não podia sair do quarto, onde teria de permanecer durante os próximos 14 dias, apesar de o teste que fez à covid-19 ser negativo.
Alegando “privação ilegal de liberdade”, avançou com um pedido de libertação imediata (‘habeas corpus’) contra a imposição do Governo dos Açores.
O Tribunal Judicial de Ponta Delgada acabou por lhe dar razão e ordenou a sua libertação, mas o MP recorreu para o TC, que vem agora dizer que a medida da quarentena obrigatória imposta pelo Governo dos Açores viola a constituição.
Segundo o último boletim da Direção Geral da Saúde, a Região Autónoma dos Açores já registou 169 casos de covid-19 e 15 óbitos.
O mesmo boletim indica que em Portugal morreram 1.739 pessoas das 51.681 confirmadas como infetadas.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Alemanha regista 741 novos casos 12 vítimas mortais num só dia
A Alemanha registou 741 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas com o número de novas vítimas mortais a superar a dezena, para um total de 9.168 desde o início da pandemia.
A Renânia do Norte-Vestfália, com 341 novas infeções, e a Baviera, com 98, continuam a ser os estados federados que contabilizam mais casos no país.
De acordo com o Instituto Robert Koch (RKI), registaram-se, desde a primeira infeção na Alemanha, em janeiro, um total de 212.022 casos, dos quais 194.600 já foram considerados curados.
Com a subida do número de casos, o reforço das medidas de segurança e higiene é uma das preocupações dos 16 governos regionais e do governo regional.
A Academia das Ciências da Alemanha Leopoldina recomendou hoje o uso de máscaras de proteção nas escolas para todos os alunos a partir do quinto ano. Um apelo que se estende ao período de aulas, sempre que o cumprimento da distância de segurança não puder ser cumprido.
Num comunicado publicado hoje, esta instituição aconselha criar pequenos grupos permanentes para reduzir os contactos entre os alunos, ressalvando que o encerramento de escolas e jardins-de-infância deve ser evitado ao máximo.
Na segunda-feira, cerca de 150 mil estudantes da região de Mecklenburg-Vorpommern, no norte do país, voltaram às aulas, naquele que foi o primeiro regresso presencial na Europa. Entre as várias medidas obrigatórias está o uso de máscara nos corredores.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 694 mil mortos e infetou mais de 18,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.739 pessoas das 51.681 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
África passa os 21 mil mortos e tem mais de 976 mil casos
África contabiliza hoje 21.050 mortos devidos à covid-19, mais 438 nas últimas 24 horas, e tem cerca de 976 mil infetados, segundo os dados mais recentes da pandemia no continente.
De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), o número de infetados é de 976.208, mais 8.188 nas últimas 24 horas, enquanto o número de recuperados é hoje de 651.455, mais 21.729.
O maior número de casos e de mortos de covid-19 continua a registar-se na África Austral, com 546.922 infetados e 9.424 óbitos.
Nesta região, a África do Sul, o país mais afetado do continente, contabiliza 521.318 infetados e 8.884 mortos.
A região da África do Norte, a segunda mais afetada pela pandemia, tem agora 164.930 infetados e 6.850 mortos e na África Ocidental o número de casos subiu para 132.473, com 1.979 vítimas mortais.
Já na região da África Oriental, registam-se 82.611 casos e 1.853 mortos, enquanto a região da África Central contabiliza 49.272 infetados e 944 óbitos.
O Egito é o segundo país com mais vítimas mortais, a seguir à África do Sul, contabilizando 94.752 infetados e 4.912 óbitos, seguindo-se a Argélia, que conta hoje com 31.948 casos e 1.235 vítimas mortais.
Entre os cinco países mais afetados, estão também a Nigéria, que regista 44.433 infetados e 910 óbitos, e o Sudão, com 11.780 casos e 752 vítimas mortais.
Em relação aos países africanos que têm o português como língua oficial, Cabo Verde lidera em número de casos (2.631 casos e 26 mortos), seguindo-se a Guiné-Bissau (2.032 casos e 27 mortos), Moçambique (2.029 casos e 15 mortos), Angola (1.344 infetados e 59 mortos) e São Tomé e Príncipe (875 casos e 15 mortos).
A Guiné Equatorial, que integra a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), tem 4.821 infetados e 83 óbitos.
O primeiro caso de covid-19 em África surgiu no Egito em 14 de fevereiro, e a Nigéria foi o primeiro país da África subsaariana a registar casos de infeção, em 28 de fevereiro.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 694 mil mortos e infetou mais de 18,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
Na quinta-feira da semana passada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que o número de casos de covid-19 em África vai ultrapassar um milhão “nos próximos dias”, assinalando que registou um aumento de “50% nos últimos 14 dias”.
Governo está a “criar condições” para adeptos regressarem – Ministro da Economia
O Ministro da Economia e Transição Digital assumiu hoje que o Governo “não sabe” quando os adeptos vão poder regressar aos estádios de futebol, mas garantiu que “estão a ser criadas condições para um contexto que será difícil”.
Na conferência ‘Futebol Profissional e Economia Pós COVID-19’, promovida pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), em Oeiras, Pedro Siza Vieira disse entender as pretensões da Liga e dos clubes para que as bancadas possam ter público, mas sublinhou que ainda “não há resposta” para essa ambição.
“Esse é um processo que está dependente da evolução das condições sanitárias. Estamos focados em dar passos seguros que permitam controlar o contágio e de forma a que o sistema de saúde esteja sempre à altura de poder dar uma resposta eficaz”, disse.
De acordo com o governante, “é muito importante” que não se tomem decisões em que depois haja a “necessidade de voltar atrás”.
“Queremos que o próximo campeonato se inicie e decorra até ao fim sem interrupções. O pior que podia acontecer seria tomarmos uma decisão de maior liberdade e mais tarde termos de voltar atrás”, disse, admitindo que a ausência de adeptos nos estádios de futebol traz “consequências económicas graves” para o setor.
Pese embora as dificuldades económicas do futebol, Pedro Siza Vieira deixou elogios ao percurso feito e à resposta que o setor deu aos desafios colocados pela pandemia de covid-19.
“Tal como fez a economia em geral nas últimas décadas, também o futebol apostou na qualificação dos recursos humanos, no apuramento de talento, numa aposta muito maior no conhecimento e inovação, o que lhe permitiu crescer em competitividade e trouxe uma melhoria muito significativa do desempenho”, adiantou o ministro da Economia e Transição Digital.
Quanto ao caminho a seguir, o governante desafiou os agentes do futebol a terem um olhar crítico e a aproveitarem este período para corrigirem erros do passado.
“Algumas das desvantagens da nossa economia também se refletem no futebol: a pequena escala do nosso mercado traz dificuldades em atrair recursos e investimento. É preciso ter escala e mercado para que não se limite a ambição das nossas empresas. Há também um défice crónico de capital, uma subcapitalização dos agentes económicos que limita a competitividade. São fragilidades da nossa economia que a pandemia tornou mais evidentes”, admitiu.
Para o futebol, o ministro pediu que se mantenha o “esforço articulado”, pois “continuará a haver muitas limitações à forma como a atividade se desenvolve”, o que “inevitavelmente criará dificuldades adicionais para algumas empresas”.
“É tempo de encarar alguns problemas estruturais do futebol de forma mais decidida, vencendo constrangimentos que em tempos normais seríamos tentados a adiar. Estes tempos exigem determinação para verificar de que forma podemos construir uma economia mais resistente, empresas mais produtivas e competitivas”, prosseguiu o ministro.
A finalizar, deixar um desafio: “É o tempo de pensar fora da caixa, ir mais longe, com novas ideias. Essa é a mais importante questão que temos pela frente”.
Dia da Defesa Nacional regressa ao formato presencial a 2 de setembro
O Dia da Defesa Nacional, que está suspenso desde o dia 09 de março devido à pandemia da covid-19, irá regressar ao formato presencial a 2 de setembro, anunciou hoje o Governo.
Em comunicado, o ministério da Defesa Nacional refere que “atendendo às orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS), os Centros de Divulgação do Dia da Defesa Nacional foram reconfigurados e devidamente adaptados para receber, em segurança, todos os cidadãos convocados”, recomeçando a sua atividade normal, em formato presencial, a partir de 2 de setembro.
Suspenso pela primeira em 09 de março, o executivo foi renovando sucessivamente a decisão até hoje, 05 de agosto, devido às consequências da pandemia causada pela covid-19.
Na nota divulgada, o MDN adianta que foram criados “percursos seguros e adotadas as medidas de afastamento social em vigor”, todos os espaços serão higienizados e estarão disponíveis materiais de proteção pessoal, nomeadamente desinfetante para mãos e máscaras, “que serão obrigatórias para todos”.
Desde que foi criado, em 2004, mais de 1,2 milhões de jovens participou nesta iniciativa, que tem por objetivo sensibilizar os jovens para a Defesa Nacional e divulgar o papel das Forças Armadas.
A 2 de setembro o regresso do Dia da Defesa Nacional terá início nos Centros de Divulgação de Defesa Nacional (CDDN) de Maceda, Vila Real, Viseu, Sintra e Portimão, onde os jovens convocados serão divididos em seis grupos “de forma a não ultrapassar o número máximo previsto pelas normas da DGS”.
“Será um esforço contínuo que visa garantir que o Dia da Defesa Nacional decorre em segurança, para os jovens convocados e para os militares das unidades que os acolhem”, acrescenta o comunicado.
Os jovens convocados deverão assim comparecer nos locais indicados nos Editais de Convocação que estão afixados nas Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia, Postos Consulares e online.