Na cultura portuguesa, o azeite tem um papel de destaque e é presença obrigatória na maioria das cozinhas. Seja a temperar saladas, a enriquecer pratos de bacalhau ou a dar sabor às açordas, este “ouro líquido” é valorizado tanto pela sua fragrância inconfundível como pelos benefícios que traz à saúde. Rico em antioxidantes e gorduras saudáveis, o azeite integra há muito tempo a herança gastronómica nacional, sendo igualmente um símbolo do património agrícola e cultural do país.
Contudo, há algo que muitas pessoas desconhecem: o azeite não dura para sempre. Se permanecer armazenado durante demasiado tempo ou em condições inadequadas, acaba por se deteriorar e pode deixar de ser seguro para consumo.
A Associação Norte-Americana de Azeite (NAOOA, na sigla em inglês) divulgou recentemente algumas diretrizes que ajudam a identificar os sinais de que o azeite já não se encontra em condições de ser utilizado na alimentação.
Como perceber se o azeite se estragou
De acordo com a NAOOA, é fundamental prestar atenção a alterações no aroma e no sabor do azeite. “O azeite desenvolve sabores e odores estranhos quando já passou o seu melhor momento”, esclarece a organização, citado pelo Executive Digest. Em termos práticos, um azeite oxidado pode exalar um odor parecido com tinta de cera, além de apresentar um sabor que faz lembrar nozes rançosas.
Se notar estas características, é provável que o produto esteja impróprio para consumo, embora ainda possa ser aproveitado para outras finalidades domésticas (como lubrificação ou limpeza).
Até quando consumir depois de abrir?
Outra recomendação importante está relacionada com o tempo que o azeite pode ser consumido após a abertura da embalagem. Segundo a NAOOA, o ideal é não ultrapassar os três meses de utilização para fins alimentares. Após esse período, o risco de degradação aumenta substancialmente, afetando tanto a qualidade do sabor como os benefícios nutricionais.
Relacionados: Morangos a chegar: saiba como lavá-los corretamente para remover pesticidas e bactérias
O que afeta a sua durabilidade?
A longevidade do azeite não depende apenas do tempo que permanece guardado. Entre os principais fatores que influenciam a sua estabilidade incluem-se:
– Variedade da azeitona – Algumas são mais suscetíveis à oxidação do que outras.
– Qualidade da colheita e produção – O modo como as azeitonas são apanhadas, processadas e armazenadas tem impacto direto na resistência do azeite à deterioração.
– Misturas e composições – A combinação de diferentes tipos de azeite pode alterar a sua durabilidade.
– Condições de armazenamento – A exposição à luz, ao calor e ao oxigénio acelera o processo de degradação.
Para maximizar a vida útil do azeite, recomenda-se mantê-lo num local fresco e longe de fontes de luz, de preferência em recipientes de vidro escuro ou de metal, que reduzem a exposição ao ar e à luminosidade.
Cuidados para manter a qualidade
Apesar de muitos consumidores associarem o azeite a uma longa durabilidade, a verdade é que a sua qualidade pode piorar rapidamente se não forem tomadas as devidas precauções de armazenamento. O prazo de três meses após a abertura, proposto pela NAOOA, serve como referência segura para garantir que o azeite se encontra nas melhores condições de consumo. No caso de surgirem odores ou sabores invulgares, o melhor é deixá-lo para usos não alimentares, evitando riscos para a saúde.
Em suma, cuidar do azeite é zelar tanto pela autenticidade dos sabores portugueses como pela segurança de quem o consome.
Afinal, mesmo o “ouro líquido” merece ser preservado para que mantenha as suas propriedades e continue a ter destaque na mesa dos portugueses.
Leia também: Aprenda o método norueguês para secar a roupa em cinco minutos sem recurso a máquina