O PSD do Algarve acusou o Governo de “desperdiçar” anos de trabalho no desenvolvimento do Hospital Central do Algarve, ao aprovar um despacho que cessa e reabre o procedimento para a sua construção através de parceria público-privada.
O PS do Algarve enalteceu a decisão do Governo, considerando que confirma o seu “compromisso” para o “avanço do processo de construção do Hospital Central” e “abre um novo futuro para a saúde na região”.
O despacho, datado de 01 de agosto e assinado ainda pela anterior ministra da Saúde, Marta Temido, foi publicado na quinta-feira em Diário da República e determina também o lançamento de nova parceria para o desenvolvimento da unidade de saúde, além de pôr termo ao procedimento para a celebração de uma parceria público-privada para a construção do novo Hospital Central do Algarve (HCA), lançado em 2008.
O presidente da comissão política do PSD do Algarve, Cristóvão Norte, afirmou que “o despacho, assinado ainda antes do atual ministro da Saúde, Manuel Pizarro, substituir no cargo Marta Temido, vem encerrar definitivamente” um processo com “mais de uma década”.
A mesma fonte acrescentou que, ao mesmo tempo, o despacho atribui à “ARS [Administração Regional de Saúde] Algarve o dever de desenvolver os estudos preparatórios” para apresentar uma nova “proposta fundamentada” para a construção dessa infraestrutura.
“Daqui resulta que os últimos anos foram totalmente desperdiçados. Não foi tomada qualquer iniciativa no sentido de ter o processo preparado para ser rapidamente lançado e a decisão política nos gabinetes foi diametralmente oposta às sucessivas promessas eleitorais e garantias públicas dos responsáveis do PS em relação à matéria. O Hospital era prometido em público e negado em privado”, criticou Cristóvão Norte em comunicado.
A mesma fonte considerou que o despacho coloca na “estaca zero” o processo para a criação de um novo hospital de referência para o distrito de Faro, representa “uma confissão de que nada se fez” para o Algarve ter uma nova unidade de saúde central e que tudo o que se disse sobre a unidade “era rotundamente falso”.
“A única coisa positiva é que o PS, que demonizava as parcerias público-privadas na saúde, vai agora optar por uma na região”, ironizou Cristóvão Norte, referindo-se às posições adotadas pelo partido que suporta o Governo socialista liderado por António Costa no anterior mandato, quando ainda não tinha maioria absoluta e contava com o apoio parlamentar de BE e PCP.
Em sentido contrário, o PS do Algarve enalteceu a decisão do Governo, por representar um “avanço do processo de construção do Hospital Central”, fazer “justiça ao Algarve” e abrir “um novo futuro para a saúde na região”.
A mesma fonte remeteu para “a decisão de avançar para a construção do novo Hospital Central Universitário do Algarve” tomada “em reunião do Conselho de Ministros” na quinta-feira, que classificou como “um ato de grande justiça para o Algarve e para os algarvios e uma vitória dos autarcas, dos profissionais de saúde e dos socialistas algarvios que nunca desistiram desta luta”.
O PS do Algarve considerou assim que o “Governo cumpre a palavra dada” e sublinhou que os “deputados do Partido Socialista eleitos pelo Algarve foram autores de uma proposta de alteração ao Orçamento de Estado em vigor” que estabelecia “o final do terceiro trimestre de 2022 para que o Governo tomasse a decisão, agora anunciada, sobre o modelo de construção do novo hospital”.