Foi um líder do PCP já a perder a paciência aquele que, no desfile na Avenida da Liberdade, em Lisboa, respondeu aos jornalistas sobre a ausência de bandeiras da Ucrânia junto ao setor comunista do desfile tradicional do 25 de Abril.
“Já de manhã estive a falar disso, Isto é o ciclo permanente. Ainda bem que estão aí manifestantes com bandeiras da Ucrânia. Estão bem aqui com liberdade”, começou por responder Jerónimo. Questionado sobre a posição do PCP nesta guerra e porque não condena a invasão da Ucrânia, o líder comunista respondeu: “Mas que fétiche!!!!Houve uma intervenção da Rússia que nós condenámos.” Mas, perante a insistência das jornalistas que perguntavam porque é que não dizia invasão, desabafou: “Porque é que vocês fazem 100 vezes a mesma pergunta?.” E não disse “invasão”.
Na sessão solene desta manhã no Parlamento, o PCP, pela voz de Paula Santos, falou da guerra, mas sem dizer Ucrânia, para se queixar de tentativas de silenciamento.
Do que o líder comunista queria mesmo falar no desfile era nas condições de vida e de rendimentos dos trabalhadores. Jerónimo está preocupado com o aumento da inflação. “Isto pode levar desvalorização dos salários que foram conseguidos com o anterior Governo”, que teve o apoio do PCP. Agora, o atual executivo “não dá soluções” para a quebra no poder do compra.
“Não se inventa, nem se faz manifestações por querer”, afirmou o líder comunista, que acredita que essas manifestações vão acontecer porque “os trabalhadores vão reagir naturalmente”.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL