O ministro da Economia garantiu que vai continuar a bater-se por uma “atenção especial” ao Algarve no âmbito da crise pandémica, mas salientou que esta é já a região que mais apoios recebeu proporcionalmente à sua dimensão económica.
“Acho que o Algarve já foi beneficiário de apoios importantes. Foi talvez a região que, em termos proporcionais à dimensão da sua economia, mais apoios recebeu neste último ano, mas continuo a pensar que precisamos de [lhe] continuar a dedicar atenção nos próximos tempos”, disse esta quarta-feira Pedro Siza Vieira durante uma audição regimental na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação.
Segundo precisou o ministro, “no seu conjunto, as empresas algarvias já receberam a fundo perdido 233 milhões de euros nos vários setores de atividade e com os vários tipos de apoios”.
“Só no setor do turismo – precisou – entre apoios a fundo perdido e linhas de crédito, as empresas algarvias receberam 353 milhões de euros de financiamento”, avançou.
Ainda assim, o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital disse continuar a defender “uma atenção especial ao Algarve, pela concentração setorial de atividade no setor do turismo”.
“Acho que precisamos, por um lado, de ajudar as empresas a digerirem o impacto desta crise. Precisamos de apoiar a requalificação da oferta e a capacidade de atrair eventos e turistas ao longo do ano, mas, finalmente, também de apoiar a diversificação da base económica”, sustentou.
Neste âmbito, considerou “muito importantes” as verbas adicionais conseguidas no Portugal 2030 para o Programa Operacional Regional do Algarve, assim como o direcionamento da “atenção especial em alguns setores no âmbito do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]”.
“Continuo a achar que o Algarve precisa de uma atenção especial e vou continuar a bater-me por isso”, assegurou Siza Vieira aos deputados.
Relativamente à situação particular do município algarvio de Portimão, que se manteve sujeito a restrições mais apertadas devido à incidência da covid-19, o governante confirmou que, “a pedido da presidente da câmara, o Ministério da Economia decidiu um reforço dos apoios às empresas de restauração” locais.
Segundo referiu, estes apoios adicionais aplicam-se às empresas de restauração “do município de Portimão e de outros municípios que venham a estar mais de uma quinzena com o nível de restrições que Portimão teve”.
“Portimão é um município com uma população muito significativa, onde os casos foram mais difíceis de conter, mas também tenho muito conforto pela circunstância de a ação decidida da câmara municipal ter permitido uma redução muito importante dos níveis de incidência da covid-19 no concelho e estou muito convencido que, já esta semana, Portimão poderá sair das regras de confinamento”, acrescentou o ministro.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.230.058 mortos no mundo, resultantes de mais de 154,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal morreram 16.983 pessoas dos 838.102 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.