A Iniciativa Liberal reuniu-se, no passado dia 30 de abril, com o movimento autodenominado Grupo de Cidadania “Por uma ponte pedonal para a praia de Cabanas de Tavira”.
Este movimento cívico defende, como o próprio nome indica, a construção de uma ponte pedonal que ligue a localidade de Cabanas de Tavira à Praia de Cabanas de Tavira.
Este partido diz que esta não é a primeira vez que fala com o grupo de cidadãos e que já desde o ano passado segue de perto o desenrolar dos acontecimentos.
“Passado um ano a situação mantém-se, e também nós, Iniciativa Liberal, continuamos a aguardar resposta aos emails enviados às várias entidades competentes”, afirma o Grupo de Coordenação em comunicado.
Atualmente o acesso à Praia de Cabanas é efetuado apenas por via marítima, o que “no pico do verão se traduz em milhares de travessias marítimas”. Estas travessias demoram cerca de “um minuto e são feitas num espaço que é pouco maior do que uma ribeira. Naturalmente que uma das maiores preocupações deste grupo de cidadãos prende-se com o impacto ambiental destas viagens”.
A Iniciativa Liberal de Faro diz que foi informada “que embora as autoridades competentes nunca tenham avaliado este impacto, o mesmo é visível a olho nu, e está documentado em fotografias. A degradação da qualidade da água na baía entre Cabanas e a Praia é visível a quem por ali circula, relembramos que esta é uma zona considerada altamente sensível na Ria Formosa”.
“Dizem-nos ainda que a manutenção deste tráfego marítimo é extremamente dispendioso para os cofres públicos, pois implica o desassoreamento periódico e a construção de cais e passadiços com fundos públicos e que esta solução é também lesiva para os interesses económicos de todos os comerciantes e hoteleiros de Cabanas pois impõe-lhes os custos da sazonalidade, atendendo não haver transportes fora do verão”, acrescenta.
A alternativa proposta pelo movimento cívico – a construção de uma ponte de madeira, ou de outro material ecológico “é segundo este movimento fácil e trará grandes benefícios ambientais e de comodidade para os turistas, das atividades económicas de Cabanas e será menos dispendiosa que a atual proposta de continuar a apostar no aumento do tráfego marítimo, mas esta informação só será comprovada quando existir resposta das autoridades que lhes permita avaliar os verdadeiros custos de operação e manutenção desta operação”.
“Disseram-nos também que está a decorrer um concurso público gerido pela Docapesca, com o objetivo de atribuir a concessão dos transportes de turistas por 25 anos à empresa que tem detido em regime de monopólio, os direitos de exploração da praia e dos transportes nas últimas décadas. O contrato que se prevê celebrar com a empresa, nomeadamente o seu caderno de encargos, continua a não ser público”, sublinha.
“Não querendo a Iniciativa Liberal fazer acusações de ânimo leve, nem querendo retirar qualquer aproveitamento político mediático desta situação, solicitámos por email ainda em 22 de junho do ano passado, os devidos esclarecimentos à Docapesca, Câmara Municipal de Tavira, Parque Natural da Ria Formosa e Administração da Região Hidrográfica do Algarve”, informa a IL, acrescentando que “nunca obtivemos qualquer resposta a estas comunicações, é preciso um esclarecimento cabal de toda esta situação, pois a falta de resposta nesta e em outras situações, levam a uma falta de confiança generalizada dos cidadãos que vêem os seus problemas e sugestões repetidamente ignorados”.
A Iniciativa Liberal garante que vai “contactar novamente a Docapesca no sentido de solicitar acesso à informação sobre o caderno de encargos deste concurso para evitar suspeições e, em último caso, irá solicitar ao governo a devida intervenção no sentido de investigar junto da Docapesca e da Câmara Municipal de Tavira todas estas suspeições”.