A vice-presidente da Câmara de Vila Real de Santo António (VRSA) disse esta sexta-feira que a concessão do abastecimento municipal de água não vai provocar despedimentos e que está a ser alvo de politização.
À agência Lusa, Conceição Cabrita afirmou que “todos os funcionários serão convidados a passar para a empresa e, caso não queiram, ficarão na Sociedade de Gestão Urbana de Vila Real de Santo António (SGU)”, reagindo assim às críticas do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins (STAL).
Dirigentes do STAL criticaram esta sexta-feira, durante uma tribuna pública, que o processo de concessão dos serviços de água, limpeza e recolha de resíduos para uma empresa privada vai provocar tarifas mais caras e coloca os trabalhadores numa situação incerta.
“Em Novembro [passado] fizemos a manifestação e agora decidimos fazer a tribuna pública de denúncia da situação, porque em Novembro ainda não se conheciam os contornos do contrato que a Câmara iria assinar com a empresa Aquapor, mas entretanto conseguimos obter esses elementos, fizemos um estudo e chegámos à conclusão que vai penalizar fortemente a população do concelho em termos de tarifas e serviço”, afirmou à Lusa o dirigente sindical da STAL, Henrique Vilalonga.
A vice-presidente da Câmara de VRSA explicou que a empresa municipal SGU tem actualmente cerca de 240 funcionários distribuídos por várias áreas, como é o caso do ambiente, do território, novos projectos e o complexo desportivo.
“Destes 240, 50 a 52 pessoas é que estão associadas [à área de água e resíduos] e o concurso foi desenhado para que todas estas pessoas pudessem transitar caso entendessem”, afirmou, vincando que nenhum trabalhador vai ficar sem trabalho por causa deste processo.
Segundo a responsável municipal, os trabalhadores que não aceitem integrar os recursos humanos da empresa que vai ficar responsável por estes serviços serão distribuídos pelos restantes departamentos da SGU.
O termos do contrato de concessão destes serviços de água e saneamento ainda estão a ser ultimados mas Conceição Cabrita adiantou que se trata de uma concessão por 30 anos.
A concessão é entendida pelo executivo municipal como uma forma de amortizar a dívida de 60 milhões de euros contraída pelo município, na última década, com vista à implementação de um sistema eficiente de abastecimento de água e esgotos e desviasse definitivamente o envio de esgotos para o Rio Guadiana.
“Será mais um encaixe financeiro para nós sem prejudicar a população”, prosseguiu Conceição Cabrita, sublinhando que o acordo com a empresa privada vai garantir que vão continuar a ser aplicadas tarifas especiais para idosos e famílias carenciadas.