Dispõe a Constituição da República Portuguesa, lei Fundamental do país, que todo o cidadão se deverá presumir inocente enquanto não houver trânsito em julgado sobre sentença que o haja condenado.
Acontece que o Primeiro-Ministro de Portugal, de nome António Costa, não fora condenado por qualquer crime, nem, sequer, acusado de algum ter praticado ou, ainda, se vira constituído como simples arguido.
No entanto, o mesmo, tendo vindo a saber que no âmbito dum dado processo penal estava a ser investigado, achou por bem, ainda que se sentindo de consciência tranquila, pedir a demissão do cargo que exercia, o que, de imediato, foi aceite pelo Presidente da República.
Há coisas no “mundo da política” que o cidadão comum terá dificuldade em compreender, estando só ao alcance, pelos vistos, das “elites”” destinadas a governá-los
Razão evocada para o seu pedido de demissão: o considerar que, investigado estando a ser, deixara de reunir, politicamente, condições para no respetivo cargo continuar.
Por que, exatamente, as deixava de ter? Os portugueses já não confiariam nele? A oposição no país ser demasiado maquiavélica, aproveitando tudo e mais alguma coisa para meras conquistas do poder pelo poder e, consequentemente, ir-se aproveitar da sua condição de investigado para o país desestabilizar
Não explicitou.
Todavia, embora continuando a ser investigado (como, agora, a Procuradoria – Geral da República veio lembrar, não fosse alguém, porventura, ter esquecido), o mesmo António Costa já se sente, politicamente, em condições para ser Presidente do Conselho Europeu.
Porquê?
Igualmente não explicou, nem, em boa verdade, algum jornalista (tanto quanto se saiba) lhe ousou perguntar.
Decididamente, há coisas no «mundo da política» que o cidadão comum terá dificuldade em compreender, estando só ao alcance, pelos vistos, das «elites» destinadas a governá-los.
Talvez por isso, se vá abstendo, cada vez mais, em tempo de eleições de às urnas ir.
Notas marginais:
1 – Eh! Pá! Que «espetáculo», as eleições nos EUA, com milhões de dólares a «choverem» para este candidato Republicano, mais para aquela candidata Democrata, com tentativa de assassinato do primeiro pelo meio, candidatos pobrezinhos de ideias, mas ricos em «mimos» dirigidos um ao outro, sem preocupações de cometimento de «pecado» algum! Que «excitação» nos provocam! Nada como uma invejável democracia assim, a fazer-nos sentir o desejo de «sermos todos americanos», em particular Tios Patinhas ou Rambos!
2 – Lê-se:
«O grupo alemão de componentes automóveis e industrial Schaeffler anunciou hoje que vai suprimir 4.700 postos de trabalho na Europa, bem como encerrar duas unidades, devido a dificuldades no setor».
«A direção da Volkswagen pretende encerrar pelo menos três fábricas, suprimir dezenas de milhares de postos de trabalho e reduzir em 10% os salários dos restantes trabalhadores, de acordo com um comunicado dos representantes dos trabalhadores».
Mas a Alemanha não era o «motor industrial» da Europa?
Que se passará com ela, para se assistir no seu seio a uma crise «com uma dimensão nunca vista», exceto, sem bem se ajuíza, antes da segunda guerra mundial? Esquisito!
2 – O Orçamento do Estado para 2025 prevê um aumento de consumo de álcool por parte dos portugueses, o que se compreende ou o nosso Ministro da Agricultura não tenha afirmado que as pessoas vivem mais onde se bebe vinho verde. Quanto aos brancos e tinto maduros, presume-se que ajudem a combater as perdas de equilíbrio!
Nada, pois, como lusitanos progressos assim, capazes, em breve, de nos levarem a sair da «cauda da UE»!
Leia também: Conversas minhas com o ChatGPT – algarvios | Por Luís Ganhão