Que um crente num qualquer deus lhe peça saúde, que faça com que o sol brilhe na sua eira e, ao mesmo tempo, chova no seu nabal, etc., serão pedidos que se compreenderão, aceitáveis, que não prejudicarão terceiros. Não diz, até, o saber popular, que «quem não chora não mama»?
Agora que um jogador de futebol, como amiúde se vê, benzendo-se e olhando para o céu ao entrar em campo, peça, como se presume, em termos de resultado final do jogo, um favorzinho ao seu deus, é coisa que só nos poderá deixar perplexos!
Na verdade, um deus que aceitasse tal tipo de pedido estaria, decididamente, a viciar a verdade desportiva, funcionando como uma espécie de 12º jogador da equipa do pedinte!
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Jurista
Não nos parece que um qualquer deus justo, amigo da verdade desportiva, alinhe em pedidos de tal natureza!
De resto, como descalçaria esse mesmo deus a bota, se um jogador da equipa adversária formulasse pedido idêntico? Iria levar em conta os pecados por cada um deles, anteriormente, cometidos, para aceitar o pedido de um ou de outro?
Hum, não nos parece que um qualquer deus justo, amigo da verdade desportiva, alinhe em pedidos de tal natureza!
Só se a presunção for errada e o pedido, afinal, seja o de que não haja erros de arbitragem!
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