No passado dia 4 de fevereiro realizou-se, em Vilamoura, o primeiro encontro “Share Algarve”.
Tratou-se de uma conferência de marketing digital, dirigida aos profissionais do setor e ao publico em geral, que teve por objetivo promover o debate sobre o futuro do marketing e a partilha de conhecimentos, entre os participantes.
A realização deste encontro, que esgotou a capacidade da sala, revelando assim o forte interesse que o tema despertou, reveste-se da maior importância para o Algarve por dois motivos principais.
O primeiro, resulta da realização do encontro, em si mesma. De alguma forma, procurou-se replicar o Web Summit realizado em Lisboa, em novembro de 2016.
Assim, do mesmo modo que em Lisboa estiveram presentes conferencistas de renome mundial, que trouxeram novidades sobre as tendências do setor, também o evento do Algarve, à sua escala, não defraudou as expetativas dos participantes, apresentando oradores nacionais de grande nível, com experiência e créditos firmados na área do marketing digital.
Redes sociais como o LinkedIn ou o Facebook, ou as ferramentas comerciais da Google, foram apresentadas como instrumentos de realização de networking, de desenvolvimento e reforço da notoriedade de marcas, ou como forma de aumentar o volume de negócios das empresas.
Outros temas como o design, os blogues, a inovação, o storytelling ou a publicidade, entre outros, foram também abordados, ficando claro que, da interação cada vez maior entre estes temas, resultarão produtos e serviços de comunicação, de cada vez maior qualidade, aos quais as empresas poderão recorrer para aumentar o seu volume de negócios.
O segundo aspeto a relevar nesta conferência, e talvez o mais importante, é o facto deste evento se ter realizado numa região de pequena dimensão, como o Algarve, que conta com cerca de 450.000 habitantes e, ainda assim, ter tido casa cheia.
Isto só é possível pois, e prova que, o setor das tecnologias de informação em geral, e do marketing digital em particular, vêm ganhando uma importância crescente na economia da região, com um dinamismo e um crescimento significativos, nos últimos anos.
O facto de nas carteiras das empresas algarvias constarem atualmente clientes de renome nacional, e mesmo internacional, é a demonstração da qualidade do trabalho que vem sendo realizado.
De resto, considero que o Algarve dispõe de um conjunto de condições únicas, para que o setor se afirme em definitivo, o que lhe poderá permitir captar empresas, investimento e mão de obra qualificada, num futuro próximo.
Senão vejamos: Portugal (Algarve incluído), possui um nível de infraestruturas acima da média europeia no que respeita à transmissão de dados; no Algarve existe um aeroporto, que permite o acesso a cada vez mais pontos do mundo, num curto espaço de tempo; as empresas da região já detêm um know how significativo e, ao nível da mão de obra, temos um conjunto de jovens que, anualmente, concluem os seus cursos superiores na área.
Acresce que o Algarve apresenta uma qualidade de vida ímpar no mundo. Se somarmos a isto a facilidade que o próprio setor das tecnologias de informação criou, ao permitir a realização de trabalho à distância, então, está criado o ponto de partida para que essa afirmação possa ocorrer. Assim exista vontade, e apoio, por parte dos decisores políticos, para que tal possa acontecer.
A esse respeito, não será de desprezar, o sinal dado pela CCDR Algarve quando, na estruturação do atual quadro comunitário de apoio Portugal 2020 – CRESC Algarve, considerou o setor das Tecnologias de Informação e Comunicação como um dos pilares no qual deveria assentar o crescimento e sustentabilidade da economia da região.
A economia do Algarve está a mudar. O turismo mantém a sua importância e continuará, seguramente, a ser o principal motor da economia regional. Setores antes pujantes, como o da construção civil, perderam muita da sua importância. Mas outros setores vão emergindo e ganhando dimensão, como é o caso do setor das tecnologias de informação. Trata-se de um setor diferenciado, que utiliza mão de obra qualificada, pagando remunerações acima da média, com capacidade para gerar produtos e serviços de alto valor acrescentado, não sendo uma atividade sazonal e apresentando um forte potencial para tornar a região cada vez mais atrativa para viver e investir, e sustentável do ponto de vista económico e ambiental.
Creio que é, por isto, devida uma nota de agradecimento e de parabéns aos organizadores do evento, bem como aos intervenientes que, com a sua iniciativa e participação, vieram reforçar a importância do Algarve no mapa do marketing digital e a importância das tecnologias de informação, enquanto setor económico para o qual o Algarve deve olhar com atenção.
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