Ao que parece, este guia prático de atividade física e emagrecimento para todos, assinado pelo Dr. J. L. Themudo Barata, está esgotado, o que se lamenta, passados uns bons anos de pelo menos duas edições, o seu conteúdo é mais do que premente; é uma vasta incursão sobre a atividade física que enquadra o estilo de vida fisicamente ativo, mas com outras incidências que apontam para o desporto, não deixando de alertar para os perigos do sedentarismo; quando há disposição dos interessados em mexerem-se, há que ter em conta as várias atividades físicas compatíveis com a idade e a condição, o mesmo é dizer que há implicações e riscos nos esforços que fazemos, e em determinado momento o autor confronta-nos com a equação a atividade física, peso certo, prevenção da obesidade.
Mexer-nos com gosto e determinação, de acordo com as nossas possibilidades é um indispensável propósito para a nossa saúde e bem-estar.
Mexer-nos com gosto e determinação, de acordo com as nossas possibilidades é um indispensável propósito para a nossa saúde e bem-estar. Temos atividade física espontânea e atividade física programada, a primeira integra-se na nossa vida diária, a segunda obedece a um esquema prévio, tem objetivos, regras de intensidade. Aos 79 anos, já não concebo o ideal olímpico da maratona, do judo ou do lançamento de peso, o que idealizo para mim é um estilo de vida fisicamente ativo e ir três vezes por semana fazer ginástica de manutenção, e não esquecer que um peso certo contribui para prevenir doenças. Não quero afrontar a minha condição física, pretendo ganhos em saúde, enquanto as crianças, os adolescentes e os homens em idade vigorosa podem encarar atividades mais empolgantes, sempre dentro da lógica das possibilidades, das necessidades e dos gostos de cada um.
A que propósito trago à consideração do leitor um título e um conteúdo de obra de difícil aquisição? É que estes propósitos que ele menciona devem fazer parte da agenda de saúde de cada um de nós: temos que saber os tipos de esforços e que efeitos provocam; os benefícios e compatibilidades das várias atividades físicas (tais como a marcha, o jogging, a natação, os desportos de raquete, etc.), a intensidade dos treinos, os equipamentos necessários. E temos, igualmente, a atividade física para nos ajudar a ter o peso certo.
A obesidade (sobretudo a obesidade abdominal) tem riscos que merecem ponderação na área cardiovascular, na predisposição para as varizes, para o aumento do ácido úrico e gota, ela é o principal fator de risco de litíase biliar (cálculos ou pedras da vesícula), fonte de complicações ortopédicas e reumatológicas e até frequência de certos cancros. A resposta exige saber escolher qual e quanto à atividade física, não ignorar que há estratégias erradas de perda de peso e que nenhum de nós deve ignorar as suas limitações (caso da tensão arterial alta, dos problemas de coração, da epilepsia ou da asma ou dos problemas reumatismais). Acresce que a boa atividade física requer hábitos e comportamentos do beber e comer; e aqueles que podem ter atividade física programada devem conhecer os problemas associados, caso das lesões, os riscos cardiovasculares, a síndrome do excesso de treino.
Tudo conjugado, ciente que só aqui deixo um punhado de títulos e advertências recorra ao acompanhamento médico, esteja magro ou gordo para conhecer os problemas médicos existentes que possa interferir na sua atividade física; o acompanhamento médico pode revelar-se indispensável a par do controlo de treino para quem tem uma atividade física programada. Não se esqueça que há farmácias habilitadas a dar-lhe apoio informativo e se sofre de determinada doença crónica deve pedir ajuda à respetiva associação de doentes.
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