Hoje, vou abordar um assunto que a todos nos diz respeito e que, de uma forma ou de outra, nos afeta todos os dias.
Falo da Saúde, ou falta dela, esse bem precioso que às vezes só nos lembramos quando ela nos falta.
Ultimamente então, temos ouvido e lido um conjunto de intervenientes, que de uma forma ou de outra, vão procurando dar a sua opinião. Umas sinceras e outras manipuladas, mas o facto de se falar tanto nesse tema, ou seja, de saúde no Algarve, leva-me a pensar o quanto é necessário intervir nesta área, em infraestruturas e equipamentos que possam dar resposta às necessidades, quer da população residente, quer dos milhões de turistas que nos visitam todos os anos.
Quantas vezes já ouvimos falar da necessidade de um Hospital Central, que por diversas vezes foi anunciado como prioritário, e até tendas se montavam para essa primeira pedra? Quem não se lembra da festa junto ao Estádio do Algarve alguns anos atrás (e já são muitos)?
Pois bem, passados tantos anos nada aconteceu e infelizmente não se vislumbra, quando apesar de na semana passada, a Senhora ministra da Saúde mais uma vez vir lançar a ideia de que agora é que vai ser.
Oxalá seja verdade, já que o Hospital Central com um conjunto de valências e de equipamentos de tecnologia de ponta e vanguarda, faria toda a diferença na região que é conhecida em todo o mundo, e que recebe por ano mãos de seis milhões de turistas e que tem cerca de seiscentos mil residentes. Este Algarve, que tanto tem dado ao país no que diz respeito a receitas, merece melhor atenção por parte dos vários governos que desde Abril nos tem governado.
Mas vamos voltar à realidade dos dias de hoje, que são bem diferentes… hoje deparamo-nos com um Sistema de Saúde com muitas fragilidades e com muita falta de meios e até de condições de trabalho. São obviamente reparos de quem utiliza e tem acesso a essa afirmação. Todos sabemos que a vontade dos responsáveis locais existe e mais uma vez estão dependentes dos meios financeiros e das cativações que Lisboa põe e dispõe, como faz noutras áreas dos serviços públicos no Algarve. A nossa sorte é que existem profissionais que fazem autênticos milagres com os meios que têm à sua disposição. Os recursos humanos que trabalham nas diversas unidades de saúde na Região são, de uma forma geral, pessoas que se entregaram à sua função de forma abnegada e profissional. Sabendo que os meios que possuem, as infraestruturas e os equipamentos que utilizam, não estão à altura das necessidades, estes profissionais de saúde procuram dar resposta e minimizar todos estes problemas.
Quantas vezes médicos, enfermeiros, técnicos e pessoal auxiliar ultrapassam os seus limites físicos e até mentais, para dar resposta, para dar afeto… e quantas vidas salvam nestas condições?
Todos sabemos que é esta a sua função, salvar pessoas, mas todos também sabemos que compete ao Estado criar todas as condições técnicas, e não só, para que esta missão seja levada a cabo com sucesso e com afeto.
O sentido desta crónica é um alerta e sensibilizar quem de direito, pode ter em atenção, esta realidade num Algarve que todos querem cada vez melhor.
Até que um novo hospital seja uma realidade olhem para as necessidades existentes no Algarve e são muitas mesmos.
Um destino turístico como o nosso, não pode ser tratado assim como tem sido ao longo dos anos.
Os Algarvios e quem nos visita merecem melhor.
Pensem nisso,
O Algarve agradece!