Descurar a actividade física é arranjar um factor de risco para as chamadas doenças não-transmissíveis, como é o caso dos acidentes cerebrovasculares, a diabetes e o cancro. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para as elevadas percentagens de adultos e de adolescentes em idade escolar que não levam uma vida suficientemente activa. Por isso, esta acreditada agência das Nações Unidas produz recomendações sobre os benefícios advindos da actividade física, vejamo-las resumidamente.
Primeiro, a actividade reduz o risco das doenças, desde as cardiopatias coronárias, passando pela hipertensão, diferentes tipos de cancro, contraria a depressão. Tudo conjugado, uma prática adequada de actividade física ajuda a manter um corpo são. E porquê? As pessoas fisicamente activas melhoram o bom funcionamento do seu sistema muscular e cardiorrespiratório, têm taxas inferiores de cardiopatias coronárias e de hipertensão arterial.
Segundo, a actividade física não se deve confundir com desporto, o desporto e toda a sua gama de modalidades têm como matriz a actividade física que se pode definir como “qualquer movimento corporal produzido pelos músculos que favorece o consumo de energia”. Actividade física significa desporto, caminhada, execução de actividades domésticas, prática de jardinagem, dança. É por isso que a actividade física é sempre benéfica.
Terceiro, há tempos mínimos para esta actividade física. A OMS sugere que os adultos entre os 18 e 64 anos deverão praticar 150 minutos semanais de actividade física moderada, independentemente de práticas desportivas. Os seniores deverão manter uma actividade física compatível com o seu grau de autonomia, o quadro de doenças e o estado geral do organismo.
Quarto, a actividade física faz parte da boa governação, tanto a nível nacional como autárquico. A promoção de aulas de ginástica nas junta de freguesia, a adesão às aulas de manutenção no ginásio, participar em marchas e caminhadas, juntar-se a um grupo que promove passeios, é essencial para o bem-estar físico e para a vida de relação, contaria o isolamento, a inércia, o definhamento. A nível nacional, deve fazer parte de um quadro de estímulos que cabem na promoção da saúde e prevenção da doença, a par da nutrição e dos grandes valores do envelhecimento bem-sucedido em que os seniores ganham capacitação para lidar com as suas doenças, para reconhecer as transformações do corpo, para fazerem o uso responsável do medicamento, para cuidarem da sua higiene, para escolherem objectos inteligentes adaptados às suas limitações, para gozarem de uma casa segura e funcional e para estarem despertos para a vida de relação que passa por participar na vida das academias seniores, das colectividades, das iniciativas autárquicas que envolvem passeios, excursões, viagens, bailes, o mais que se sabe. Tudo somado, são participações que mantêm o sénior activo e desperto, interessado na promoção da sua saúde e na continuidade em dar vida aos anos.
* Assessor do Instituto de Defesa do Consumidor e consultor do POSTAL