Como o outono em pleno gás, os dias ficam cada vez mais curtos e as noites mais longas. De dia para dia, o anoitecer ocorre cada vez mais cedo, em especial a partir do final do mês, depois da mudança da hora.
Mas vamos ao céu e começamos o mês sem Lua visível, porque dia 2 é dia de lua nova. No dia 5, já com o Sol abaixo do horizonte, mas ainda durante o lusco-fusco, à esquerda do pôr-do-Sol encontram a “superestrela” que é o planeta Vénus, com o fino crescente da Lua apenas 3 graus abaixo. Para terem uma noção do que isto significa, à distância de um braço estendido, 2 graus corresponde mais ou menos ao pedaço de céu que ocupa o polegar.
No dia 10 a Lua atinge o quarto crescente e é também neste dia que o cometa, de sua graça C/2023 A3 Tsuchinshan-ATLAS, começa a ser visível ao anoitecer. A previsão é que, conforme se aproxima da Terra, o Tsuchinshan-ATLAS se torne visível a olho nu, mesmo dos céus com poluição luminosa das cidades. Ora, este deve estar mais brilhante no dia 10 de outubro, mas estará ainda demasiado próximo do Sol, no céu, para ser fácil (ou até seguro) observá-lo. Conforme os dias vão passando, o cometa vai afastar-se rapidamente do Sol, mas ficará também cada vez menos brilhante.
Por essa razão, em princípio o 12 de outubro será o dia ideal para tentar observar o cometa. Neste dia, procurem um local com o horizonte virado a Oeste desimpedido (o topo de um prédio alto, uma praia virada a poente ou uma serra, por exemplo). Por volta das 19h00, quando o Sol passar abaixo do horizonte, procurem o planeta Vénus à esquerda do pôr-do-Sol (a tal “superestrela”). À mesma altura do horizonte e a cerca de um palmo para a direita do planeta, deverão encontrar o cometa, que nas cidades deve parecer uma “manchinha”. Para melhor visualização, podem sempre recorrer a uns binóculos, ou tentar registar a ocasião tirando algumas fotografias de exposição. E, é claro, tentar vê-lo em céus escuros.
Se não conseguirem vê-lo no dia 12, tentem nos dias seguintes, que ele estará cada vez mais alto, ao anoitecer. É difícil dizer com certeza em que dia o Tsuchinshan-ATLAS vai deixar de ser visível a olho nu, mas é provável que dia 19 ou 20 já só seja possível vê-lo com binóculos. É ainda difícil de calcular a sua órbita, mas não terá um período orbital menor do que 80 mil anos, sendo até provável que esteja em rota para sair do Sistema Solar. Por isso, não percam esta oportunidade, porque nenhum de nós o vai voltar a ver.
No dia 14, no seu movimento aparente no céu, o nosso satélite natural passa a cerca de meio grau do planeta Saturno e dia 17 atinge a fase de lua cheia.
No dia 21 a Lua passa a cerca de 6 graus de Júpiter, a outra “superestrela” do céu à noite. No início do mês Júpiter nasce por volta das 23h00, mas lá para o fim de outubro já está visível antes das 20h00 (já contando com a mudança da hora).
No dia 24, a Lua atinge o quarto minguante e passa a menos de 4 graus de Marte. Este planeta nasce perto da meia-noite e meia no início do mês, mas lá para o final, já está visível pelas 22h45 (tendo em conta a mudança da hora).
E já que falamos da mudança da hora, esta ocorre na madrugada de dia 27 de outubro, com os relógios a atrasarem uma hora: No Continente e na Madeira, às 02h00 passa a ser 01h00 e nos Açores, à 01h00 volta a ser meia-noite. Entramos assim no chamado horário de inverno, que é o mais próximo da verdadeira hora solar para o nosso país.
Boas observações e aproveitem bem a “hora extra”.
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