Ele disse “sim”. Outra vez. Sem qualquer vontade e percebendo que o fazia com a contrariedade resignada de quem nunca aprendeu a defender-se com “nãos”. Não lhe apetecia render-se de novo às consequências do “não” interior que não soubera expressar e teria que honrar o “sim” que, contrariado, deixara escapar.
Sim, outra vez!
Talvez seja de facto difícil aprender a dizer “não” quando essa é a nossa resposta mais certa, mas caramba; é imperativo que aprendamos!
Estar em contrariedade é perigoso. Tanto individualmente como num contexto social.
O falso “sim” é uma praga. Um vírus social, arriscaria até, na medida em que quanto mais pessoas infecta, mais vidas afecta.
Entrar em confronto connosco para agradar aos outros, irão desculpar-me, mas é coisa de cobardes, de gente que não está a conseguir superar os seus bloqueios. Temos que aprender a distinguir entre o que devemos mesmo aceitar e tudo o que podemos negar. Para nosso bem, pela nossa saúde mental, emocional e física.
E sim, reitero que há muitos “nãos” que fazem o mundo girar melhor. Porque pessoas que não vivem recalcadas e contrariadas, serão sempre seres muito mais saudáveis, muito mais produtivos e com um valor superior no tecido social, tanto por contribuírem melhor para o seu bom funcionamento como por não lhe darem tantas despesas de saúde.
Digam mais “nãos”, vá lá…