Ao apreciarmos uma obra de arte muitas vezes inspiramos fundo, sentindo a beleza e apreciando o momento, quase parecendo que o tempo pára num período breve de fruição, serenidade e paz.
Sendo este o nosso 80º artigo publicado no Cultura.Sul, numa colaboração que se iniciou em 2011, queremos aproveitar para parar no tempo e fazer um balanço sobre os artigos que escrevemos nos últimos anos.
Em 10 anos foram publicados 80 artigos sobre Artes Visuais, cada um deles procurando responder a uma questão, procurando suscitar a curiosidade do leitor e contribuindo para clarificar dúvidas que muitas vezes são colocadas em relação às artes visuais.
Com os artigos publicados não procuramos a resposta correta ou adequada para cada questão, até porque não existe, mas apenas tentamos esclarecer cada uma das questões colocadas com base na pesquisa e reflexão que temos vindo a realizar, suportadas pela nossa curiosidade e gosto pela arte.
Começámos com o artigo “Mas, afinal, o que é a arte?”, uma questão de fundo que muitas pessoas colocam face à cada vez maior diversidade dos produtos artísticos que se podem encontrar em exposições.Concluímos este primeiro artigo afirmando que “sendo a arte uma forma de comunicação, afinal aquilo que não parece ter sentido até tem; temos é que o tentar descobrir, sendo esse também um dos desafios da arte”.
Os primeiros onze artigos foram publicados no livro “Construção de um percurso multidisciplinar, integrativo e de síntese nas Artes Visuais” que publicámos em 2015.
Pensámos em ficar por aí, mas com as palavras de incentivo de vários leitores e a nossa própria curiosidade e prazer pela pesquisa neste âmbito, fomos continuando a escrever, sempre colocando uma questão no título de cada artigo.
Não é um processo fácil e nunca pensámos escrever tantos artigos, mas o que é certo é que, com o pressuposto de que “o caminho faz-se caminhando…”, chegamos ao 80º artigo publicado no Cultura.Sul, no período de 10 anos.
No artigo nº 51º, intitulado “Porquê colocar questões sobre artes visuais?” apresentámos os títulos (as questões) dos primeiros 50 artigos publicados, com a possibilidade do leitor, na versão digital do Cultura.Sul, ter acesso a cada um dos artigos, ao clicar no respetivo título.
Desta vez fazemos isso com os artigos que se seguiram, pelo que apresentamos as questões às quais entretanto procurámos responder e que constituem os títulos dos artigos publicados mais recentemente:
. Porquê colocar questões sobre artes visuais?
. Quanto pode valer uma obra de arte?
. Pode a fotografia contar histórias?
. Pode a arte visual ser sazonal?
. Pode a arte ajudar a proteger o ambiente?
. Pode a arte sensibilizar para comportamentos mais saudáveis?
. Pode a arte tornar o invisível visível?
. Como é que a arte pode fazer uma banana custar mais de 100.000€?
. Pode a arte ajudar-nos a aprender alguma coisa com o coronavírus?
. Como visitar museus em tempos de Covid19?
. Como podemos fruir das artes visuais em tempos de Covid19?
. “Regresso ao futuro” nas artes visuais após o estado de emergência?
. Quem é o artista numa obra de artes visuais: quem pensa ou quem executa?
. Como tornar a arte mais imersiva?
. Até onde pode ir a imersão numa exposição de artes visuais?
. Como “aprender” e “mostrar” Artes Visuais em tempos de pandemia?
. Pode a arte ajudar a contribuir para uma atitude mais favorável à paz?
. Terá que haver imagens externas ao sujeito para podermos falar de arte visual?
. A pandemia tem aumentado a “ligação” entre os artistas?
. Pode a arte espontânea contribuir para a saúde mental?
. O trabalho dos profissionais de saúde pode ser valorizado através da arte?
. Pode a arte contribuir para a preservação de espécies ameaçadas?
. Pode a arte contribuir para a coesão territorial?
. Pode um museu tornar as pessoas mais felizes?
. Pode a arte ajudar os migrantes e refugiados?
. Como Weiwei é ativista político através da arte?
. O “pequeno” também é belo nas artes visuais?
A PAZ tem sido objeto de alguns dos artigos que publicámos nestes 10 anos, nomeadamente o artigo 50º, intitulado “Pode a arte contribuir para a paz?”, sendo também objeto de algumas obras que temos produzido, nomeadamente “Secrets for a happy life (Homage to Banksy and Einstein)”(2017),“PAZ é o caminho (Homenagem a Gandhi)” (2018), “Guerra e Paz: Tudo começa dentro de nós!” (2020), “STOP! Este não é o caminho…” (2020) e “Mindfulness (Homenagem a Jon Kabat-Zinn)” (2020).
De uma forma geral, nestas obras procuramos alertar para a importância da paz com os outros e connosco próprios, para a construção dum mundo melhor e para a nossa própria felicidade.
E porque estamos em dezembro, mês de Natal, quadra geralmente associada à paz entre as pessoas, gostaríamos de destacar a importância que a arte pode ter num processo de educação para a paz, nesta sociedade em que é cada vez mais importante educar para princípios éticos universaise para valores humanistas, como sejam a honestidade e o respeito pelos outros. Além disso, é essencial odesenvolvimento da espiritualidade em cada um de nós, pois só em paz consigo mesmo, em equilíbrio e serenidade, é que o ser humano consegue estar em paz com os outros. E isto deve acontecer sempre e não apenas em determinados momentos, como seja a quadra natalícia.
Procurando salientar esta ideia, produzimos a obra “Espírito de Natal” (2021), em que inserimos uma frase adaptada de John Calvin Coolidge (30º Presidente dos EUA): “O Natal não é um momento, nem uma estação; é, sim, um estado de espírito. Cultivar a paz e a boa vontade, ter gratidão em abundância, isso, sim, é ter o verdadeiro espírito de Natal!”
Desejo que este espírito esteja presente em todos(as) durante este período de Natal e que se prolongue no tempo de cada um(uma), com saúde e alegria!