A possibilidade de limitar ou cobrar a circulação de veículos pesados na Via de Cintura Interna (VCI) está agora em discussão, numa altura em que o Conselho Metropolitano do Porto prepara uma proposta que poderá redefinir o fluxo rodoviário na região. De acordo com o Jornal de Notícias, o grupo de trabalho criado pelo Conselho Metropolitano do Porto está a avaliar duas soluções principais: a aplicação de portagens específicas para pesados na VCI ou a proibição da sua circulação em horários de maior afluência.
Estas alternativas surgem no contexto da futura isenção de portagens na CREP, medida que o Governo pretende utilizar para desviar parte do tráfego da VCI. Segundo a mesma fonte, a proposta final deverá ser entregue ao Executivo até ao final do ano, após várias reuniões técnicas desenvolvidas ao longo das últimas semanas.
Governo pressionado pelo calendário
A discussão intensificou-se quando se tornou pública a decisão de avançar com a gratuitidade na CREP já em janeiro e durante todo o dia. Escreve o jornal que esta alteração foi introduzida no Orçamento do Estado para 2026 por iniciativa do Partido Socialista, contrariando a intenção inicial do Ministério liderado por Pinto Luz, que previa aplicar a isenção apenas nas horas de ponta a partir de março.
Acrescenta a publicação que Manuel Pizarro, vereador socialista, afirmou no final da reunião de Câmara que qualquer atraso poderá violar a nova exigência legal. O autarca assinalou ainda que, durante 2026, os veículos pesados não poderão pagar portagens na VCI, caso o Governo não encontre alternativa técnica para equilibrar o tráfego na região.
Divergências em torno dos estudos e dos custos
O debate ganhou novos contornos quando foram referidos os valores estimados para a implementação da medida. Refere a mesma fonte que Pizarro contestou as previsões avançadas pelo ministro Pinto Luz, indicando possuir dados da Infraestruturas de Portugal que apontam para um custo anual de sete milhões de euros e não dez milhões, como referido pelo Governo.
Pedro Duarte, presidente da Câmara do Porto e do Conselho Metropolitano, considerou que os estudos existentes são de 2020 e 2021 e estarão desatualizados, o que poderá comprometer a precisão das decisões a tomar. O autarca sublinhou que a execução da isenção continua dependente do consenso regional, algo que não foi alcançado nas reuniões realizadas em maio com o Ministério.
Medidas adicionais ainda em avaliação
O Jornal de Notícias realça que os autarcas defendem a necessidade de avançar com medidas complementares para aliviar a pressão na VCI. Pedro Duarte considera essencial que a isenção na CREP seja acompanhada por intervenções que garantam maior fluidez, nomeadamente durante os períodos de maior densidade de tráfego.
Acrescenta a publicação que o grupo de trabalho do Conselho Metropolitano já analisou possíveis soluções em duas reuniões recentes, comprometendo-se a apresentar uma proposta concreta até ao final do ano. Entre as hipóteses estudadas estão a colocação de pórticos na VCI, aplicáveis a pesados, ou a proibição da circulação destes veículos em horas de ponta, medida que continua a ser avaliada quanto ao seu impacto operacional e económico.
















