A pesca da sardinha está suspensa a partir desta quarta-feira, 3 de dezembro, num cenário que pode deixar este peixe ausente dos restaurantes portugueses durante vários meses. De acordo com a agência de notícias Lusa, o encerramento da captura resulta do limite máximo estabelecido para a frota de cerco, que está prestes a ser atingido e que obriga à paragem até nova decisão em 2026.
A medida, prevista num despacho da Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, abrange a manutenção a bordo, o desembarque, a exposição e a venda de sardinha capturada com cerco, permitindo apenas uma margem acessória até 10% do total desembarcado por maré.
A gestão da quota é partilhada entre Portugal e Espanha e às embarcações portuguesas foi atribuída uma parcela de 34.406 toneladas, equivalente a 66,5% do total acordado entre os dois países. A proximidade deste limite motivou a decisão do fecho, justificada pela necessidade de preservar o recurso e garantir a recuperação dos stocks.
Impacto para consumidores e restaurantes
O setor da restauração acompanha com atenção a evolução do processo, já que o encerramento da pesca poderá condicionar a presença do peixe nas ementas durante vários meses. Escreve a Lusa que a proibição começou à meia noite desta quarta-feira e a reabertura será em data a definir durante 2026. Até lá, a sardinha só poderá chegar ao mercado através das exceções previstas no despacho, que não alteram a suspensão global da atividade.
A limitação introduz incerteza num produto muito associado à cultura gastronómica e às festividades populares. A espécie forma grandes cardumes ao longo da costa e assume particular relevância no período dos santos populares, quando é tradicionalmente consumida em grande escala.
Valor nutritivo e relevância para a saúde
Os benefícios nutricionais da sardinha sustentam a sua popularidade e constituem um dos argumentos mais citados pelos especialistas. De acordo com o site do hospital Lusíadas, a sardinha, de nome científico Sardina pilchardus, fornece proteínas completas, ferro, fósforo, magnésio e várias vitaminas, além de ómega 3, nutriente essencial que o organismo não sintetiza. A mesma fonte refere que este perfil nutricional é relevante para diversas faixas etárias e em particular para mulheres na menopausa, dada a importância do cálcio e da vitamina D na preservação da saúde óssea.
Os ácidos gordos ómega 3 também se associam a efeitos benéficos no sistema cardiovascular. Explica o site que estes compostos contribuem para a redução dos triglicerídeos e do colesterol total, para o aumento do HDL e para a diminuição da pressão arterial em situações de hipertensão leve. Estão ainda relacionados com o melhor desempenho cognitivo e com a maior estabilidade no funcionamento das células sanguíneas.
Futuro das sardinhas nas ementas
Com o fecho iminente da pesca e a incerteza quanto à data de reabertura, restaurantes e consumidores enfrentam um período de adaptação. A situação mantém-se dependente das avaliações ao estado do recurso e das decisões a tomar em 2026. Até lá, o consumo poderá beneficiar da informação nutricional disponível, que reforça o papel da sardinha na alimentação habitual.















