Em menos de duas semanas, a Galiza registou um aumento inesperado na atividade da vespa velutina, mais conhecida como vespa asiática: uma espécie invasora originária do Sudeste Asiático que já se encontra a poucos quilómetros da fronteira portuguesa. Altamente adaptável, esta vespa representa um risco crescente para as pessoas e para o ecossistema, ao atacar outros insetos polinizadores e ao reagir de forma agressiva quando se sente ameaçada.
De acordo com o site Executive Digest, site especializado em economia, o governo regional galego reconheceu um “aumento extraordinário” da presença da espécie, mesmo numa altura em que o frio deveria reduzir a sua atividade.
A Xunta da Galiza alertou para a necessidade de “máxima precaução, sobretudo no caso de pessoas alérgicas”, uma vez que as picadas podem provocar reações graves e exigem atenção médica imediata.
A ameaça silenciosa que se multiplica
O veterinário e investigador Xesús Feás, que há anos estuda o impacto da vespa asiática na região, explicou que “há milhares de ninhos, cada vez mais, e não os retiram”.
Muitos deles estão escondidos debaixo da terra, o que os torna invisíveis e aumenta o risco de contacto acidental durante tarefas agrícolas ou passeios em zonas rurais. “Os ninhos subterrâneos têm aparecido cada vez com mais frequência”, sublinha o especialista, que pede reforço das equipas de remoção durante todo o ano, e não apenas no verão.
Um problema que não abranda
Segundo a mesma publicação, a Galiza capturou em 2025 cerca de 230 mil vespas-rainhas, o dobro do registado no ano anterior, através da instalação de mais de 18 mil armadilhas. Apesar dos esforços, os especialistas alertam que o controlo continua difícil e que as armadilhas usadas acabam por afetar outras espécies benéficas, comprometendo o equilíbrio ecológico.
Risco para a saúde e o ambiente
Marita Puga, presidente da Associação Galega de Apicultura, afirma que “a velutina é já um problema de saúde pública” e teme que a situação se agrave em 2026. “As medidas ajudaram, mas não são suficientes para conter a expansão da espécie”, declarou, citado pela Executive Digest. A dirigente defende também maior sensibilização da população, sobretudo nas zonas rurais, onde os ninhos são mais comuns e as intervenções mais lentas.
O que fazer em caso de picada
Os especialistas citados pelo site Executive Digest recomendam que, em caso de picada de vespa asiática, a pessoa se afaste imediatamente do local, já que as vespas libertam um feromona de alarme que atrai outras do enxame.
Deve-se lavar a área com água e sabão e aplicar gelo para reduzir o inchaço. Se houver sintomas como falta de ar, tonturas, inchaço no rosto ou garganta, deve-se ligar de imediato para o 112 ou dirigir-se a um serviço de urgência. Pessoas com alergias conhecidas devem andar com o kit de adrenalina prescrito pelo médico e usá-lo ao primeiro sinal de reação.
Perigo à vista
A proximidade geográfica da Galiza com o norte de Portugal aumenta a preocupação entre autoridades e especialistas. A vespa asiática já foi detetada em várias regiões portuguesas e o seu avanço poderá intensificar-se com o aumento das temperaturas médias. Segundo Xesús Feás, “as mortes são apenas a ponta do icebergue”: o verdadeiro problema está na falta de dados sobre picadas e reações graves que não chegam aos registos oficiais.
As autoridades galegas apelam à vigilância e à comunicação imediata de ninhos, enquanto os especialistas pedem mais investigação científica e meios permanentes de combate. Para já, o alerta mantém-se: a espécie asiática continua a expandir-se e o seu controlo está longe de ser garantido.
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