Muitos pensionistas vivem com pouco mais de 600 euros por mês, mas há carreiras em Portugal onde as reformas ultrapassam os 4.000 euros. A diferença resulta, em grande parte, dos regimes de aposentação e das regras de cálculo aplicadas antes das reformas mais recentes. Em 2024, a pensão média de velhice da Segurança Social foi 617,3€/mês, enquanto na Caixa Geral de Aposentações (CGA) a pensão média total rondou 1.592€/mês.
Os dados oficiais do Diário da República confirmam que os antigos funcionários públicos continuam a concentrar muitas das pensões mais elevadas, sobretudo em carreiras do topo do Estado. As listas mensais de aposentados mostram pensões individuais acima de 4.000 euros e, em 2024, havia 7.897 pensões superiores a 5.000 euros entre ex‑funcionários do Estado.
Carreiras do topo do Estado concentram as pensões mais altas
Não existem estatísticas públicas com médias por profissão, mas a evidência disponível indica que a faixa alta da distribuição se concentra em carreiras como magistratura, diplomacia e dirigentes superiores, entre outras. Estas pensões refletem trajetórias longas e regras de cálculo historicamente mais favoráveis no regime da CGA (sobretudo para tempo de serviço até 2005).
Porque é que o regime importa
A CGA está fechada a novas inscrições desde 2006 (regime convergente). Para tempo anterior a 2006, a pensão tinha forte ligação ao último vencimento; para tempo posterior, passou a aplicar‑se uma fórmula mais próxima da Segurança Social, baseada na média das remunerações revalorizadas.
Setor privado em desvantagem clara
Na Segurança Social, as pensões são calculadas pela média da carreira e a distribuição é baixa: 80,3% das pensões de velhice estavam abaixo de 1,5 IAS (≈ 765 € em 2024). É por isso que só uma pequena fração ultrapassa 2.000 euros.
Reformas que atravessam gerações
As pensões mais elevadas da CGA resultam, em boa medida, de regras antigas e de carreiras longas no Estado. Em 2023, a CGA pagou 11,3 mil milhões de euros a ~484 mil aposentados e reformados, um peso significativo nas contas públicas.
Os pensionistas com reformas de maior valor concentram‑se no regime da CGA, com casos bem acima de 4.000 euros e até 5.000 euros. A média de velhice da Segurança Social ficou nos 617,3€ (2024), contra ~1.600€ na CGA. O contraste reflete regras diferentes e trajetórias profissionais distintas, e explica porque há reformas que valem sete vezes a média.
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