Está a circular uma nova vaga de e-mails que se fazem passar pela ANSR para cobrar alegadas multas de trânsito. As mensagens incluem um link para “regularizar a situação”. É phishing. Não clique, não pague estas ‘multas’ e não partilhe dados.
O que está a acontecer
Segundo a página oficial da ANSR, os e-mails de multas chegam com assuntos como “Aviso: Pagamento de contraordenação rodoviária em aberto” e prometem agravamentos imediatos se não houver pagamento.
O texto copia o tom de uma notificação oficial, indica um valor (ex.: 120 €) e um prazo curto, e termina com um botão/link para pagar.
No exemplo divulgado pela própria ANSR, o remetente não é oficial e aparecem sinais evidentes de fraude: envio em Bcc, domínio suspeito e expressões em português do Brasil (“carteira de condução”, “Regularize Seu multa Agora”).

Como reconhecer o golpe
Se o remetente não for um e-mail institucional da Administração Pública e o domínio parecer estranho, desconfie.
A pressa é outra bandeira vermelha: urgência artificial, ameaças de aumento de valor e perda de pontos servem para o levar a clicar sem pensar.
Erros de língua e formatação, links encurtados ou que não apontam para um domínio governamental e pedidos de dados bancários são típicos deste esquema.
Como a ANSR comunica de verdade
A ANSR reforça que as notificações são sempre enviadas por correio físico. Não envia cobranças por e-mail com links de pagamento.
Em caso de dúvida, confirme diretamente com a ANSR: 214 236 800 ou [email protected]. Se for legítimo, haverá referência a processos e prazos formais, não a “botões” para pagar.
Recebeu um destes e-mails? Faça isto
- Não clique em qualquer link nem descarregue anexos. Apague a mensagem.
- Não responda nem forneça dados pessoais, número do cartão ou credenciais.
- Reporte o caso às autoridades (PSP/GNR/PJ) e à própria ANSR, anexando o e-mail fraudulento.
E se já clicou ou pagou?
Altere já as palavras-passe (e-mail e banco), ative a autenticação de dois fatores e contacte o seu banco para bloquear cartões/transferências.
Monitore os movimentos e, se for o caso, conteste operações não autorizadas. Guarde provas (capturas de ecrã, e-mails) para participação às autoridades.
Porque surgem estas vagas
Campanhas de phishing aproveitam momentos de maior circulação rodoviária ou alterações de regras para parecerem credíveis.
A melhor defesa é simples: desconfiar, verificar e só depois agir. Se não veio por carta e lhe pedem para pagar num link, é quase certo que é fraude.
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