Na última terça-feira, 11 de novembro, uma erupção solar de grande intensidade provocou a formação de auroras boreais visíveis em várias zonas de Portugal. O fenómeno, descrito pelo jornal Expresso como o mais forte do ano, poderá voltar a repetir-se até ao final de 2025, à medida que o sol mantém o seu ciclo máximo de atividade. A probabilidade de novas aparições será maior em regiões do norte e interior do país, longe das luzes urbanas e em locais de maior altitude.
De acordo com o jornal, o pico da erupção ocorreu esta terça-feira e foi suficiente para permitir a observação do fenómeno em partes invulgares da Europa, incluindo Espanha, Suíça e Portugal. No caso de Portugal, o fenómeno foi visível na Figueira da Foz e em Viseu. As auroras formaram-se quando partículas carregadas, libertadas pelo sol, colidiram com a atmosfera terrestre, produzindo luzes esverdeadas e rosadas visíveis durante a noite.
Erupção solar de classe X provocou alerta internacional
A erupção registada pertenceu à categoria X, a mais elevada na escala de intensidade solar, e motivou um alerta de tempestade geomagnética severa por parte da Administração Nacional do Oceano e da Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA).
O impacto não se limitou ao espetáculo visual: a mesma fonte refere que houve interrupções temporárias nas comunicações por rádio na Europa e em África, devido à ionização da atmosfera provocada pelos raios-X e pela radiação ultravioleta emitida.
A NOAA acrescenta que estas explosões solares têm capacidade para afetar redes elétricas e sistemas de navegação por satélite, embora os efeitos registados nesta ocorrência tenham sido limitados e de curta duração. Ainda assim, o episódio reforça o alerta sobre a intensidade crescente da atividade solar, que deverá manter-se durante os próximos meses.
Portugal entre os países que poderão voltar a ver o fenómeno
A mesma publicação explica que o sol atravessa atualmente o ponto mais ativo de um ciclo de 11 anos. Durante este período, as erupções tornam-se mais frequentes e a formação de auroras é mais provável, mesmo em latitudes onde o fenómeno é raro. Essa tendência deverá prolongar-se até ao final de 2025, aumentando a possibilidade de novas observações em Portugal.
As zonas onde a aurora poderá ser mais facilmente visível coincidem com áreas de menor poluição luminosa e maior altitude, como a Serra da Estrela, o Gerês, Trás-os-Montes ou o planalto de Montesinho. Para quem vive mais a sul, regiões rurais e afastadas das cidades também podem oferecer boas condições, desde que o céu esteja limpo e escuro.
Como preparar a observação das próximas auroras boreais
Note ainda que a melhor forma de aumentar as probabilidades de observar uma aurora boreal passa por acompanhar as previsões solares e procurar locais sem luz artificial. Há aplicações e plataformas online que emitem alertas quando a atividade solar ultrapassa determinados níveis, permitindo planear a observação com antecedência.
Os especialistas recomendam ainda evitar noites com nebulosidade e dirigir-se a pontos elevados, onde o horizonte é mais amplo. Em Portugal, as condições atmosféricas tendem a ser mais favoráveis no interior norte e centro, especialmente durante as noites frias e secas do inverno.
Fenómeno pode repetir-se em breve
De acordo com o Expresso, o ciclo solar continuará a produzir tempestades de alta energia até ao final do ano, o que torna provável que as auroras voltem a surgir noutros pontos da Península Ibérica. A NOAA mantém sob vigilância o movimento das manchas solares e a intensidade das emissões de plasma, que determinam a possibilidade de novas tempestades geomagnéticas.
Até lá, quem quiser testemunhar novamente o fenómeno terá de manter os olhos no céu e, de preferência, afastar-se das luzes da cidade.
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