Uma nova ameaça já é visível em praias do litoral português, especialmente no Norte. Investigadores confirmaram a presença de uma espécie exótica invasora que se espalha rapidamente e poderá ter impacto na biodiversidade marinha e nas actividades costeiras.
O ‘wakame’
Trata-se da Undaria pinnatifida, conhecida também como wakame, uma alga castanha oriunda do Pacífico, considerada uma das cem piores espécies invasoras do mundo.
A sua chegada a Portugal deu-se através do transporte marítimo, fixando-se inicialmente em marinas e, mais recentemente, em praias como Carreço e Canto Marinho, no distrito de Viana do Castelo.
Como chegou às praias portuguesas
A alga terá sido transportada por incrustações nos cascos de navios e pela água de lastro das embarcações. Uma vez introduzida, adapta-se facilmente às novas condições, fixando-se em estruturas portuárias e formações rochosas.
A sua propagação tem sido facilitada pela intensa actividade marítima e pelas características ambientais das costas atlânticas.
A mobilidade das embarcações permite-lhe percorrer grandes distâncias em poucos dias, aumentando o risco de colonização de novas áreas costeiras.
Impacto na biodiversidade e na economia
A Undaria pinnatifida forma mantos densos que sufocam algas e plantas marinhas nativas, bloqueando a luz e reduzindo o espaço disponível para o crescimento de outras espécies e para a vida de moluscos e peixes.
Além do impacto ecológico, a sua presença acarreta custos adicionais de manutenção em portos e marinas, afectando actividades como a náutica de recreio e a aquicultura.
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Uma das piores espécies invasoras do mundo
A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) incluiu esta alga na lista das cem piores espécies invasoras a nível mundial, destacando a sua rápida reprodução e a facilidade com que se dispersa.
Originária da Ásia e muito apreciada na gastronomia japonesa e coreana, a wakame suscita preocupações sobre o equilíbrio dos ecossistemas marinhos portugueses.
Medidas para travar a expansão
Entre as medidas que poderiam ser consideradas para conter a propagação da alga Undaria pinnatifida incluem-se a remoção manual em marinas e a aplicação de revestimentos anti-incrustantes em infraestruturas portuárias.
A erradicação total desta espécie é considerada pouco provável, dada a sua capacidade de sobrevivência e de reprodução, sendo essencial uma monitorização constante para evitar novos focos de colonização.
Confirmação da presença em águas portuguesas
A presença desta alga invasora foi já confirmada em praias portuguesas, representando assim um desafio ambiental e económico que poderá requerer atenção adicional nos próximos meses.
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