O aumento da inflação em Espanha está a levar muitos reformados e nómadas digitais estrangeiros a procurar alternativas mais baratas, e Portugal surge agora como o destino preferido. Segundo o jornal britânico Express, o nosso país tornou-se a nova casa de milhares de cidadãos britânicos.
Durante décadas, Espanha foi o refúgio natural para quem procurava sol, boa gastronomia e qualidade de vida. No entanto, o encarecimento dos produtos e serviços tem alterado este cenário, afastando quem antes via o país vizinho como o lugar ideal para viver a reforma.
Os dados mostram que o número de expatriados a mudar-se para Espanha se mantém estável, enquanto em Portugal cresce de forma acentuada. Desde 2018, o número de estrangeiros residentes no nosso país aumentou cerca de 150%, mesmo com os efeitos do Brexit e da pandemia.
Portugal torna-se o novo refúgio de reformados
O principal motivo para esta mudança está nos custos. A habitação em Espanha tornou-se significativamente mais cara, e o imposto predial aplicado a residentes não comunitários desmotiva muitos britânicos. Em contrapartida, Portugal oferece uma relação qualidade/preço difícil de igualar.
O aumento da inflação espanhola, que elevou o custo da alimentação em mais de 38% desde 2019, tem sido outro fator decisivo. Para muitos reformados com rendimentos fixos, o quotidiano em Espanha passou a ser financeiramente insustentável.
Em Portugal, a diferença é clara. O comparador internacional Numbeo aponta que o custo de vida médio português é cerca de 38% inferior ao do Reino Unido, o que faz do país um dos mais económicos da Europa Ocidental.
Vistos e incentivos facilitam a mudança
Outro atrativo importante é o visto para nómadas digitais (D8 Visa), lançado em 2022. Este programa permite a profissionais que trabalham remotamente viver em Portugal enquanto mantêm contratos com empresas estrangeiras.
Existem ainda opções de residência temporária e permanente, incluindo vistos de um ano e autorizações que podem ser renovadas. Para beneficiar destes regimes, os candidatos devem comprovar rendimentos mensais de pelo menos 3.480 euros, valor considerado acessível para muitos trabalhadores estrangeiros.
Estes mecanismos, aliados à estabilidade política e à segurança do país, tornam Portugal particularmente competitivo na captação de novos residentes estrangeiros.
Clima e estilo de vida continuam a pesar
Embora Espanha mantenha fama de país ensolarado, Portugal oferece um clima muito semelhante, com verões quentes e invernos amenos em grande parte do território. A diferença é que aqui essa constância é mais previsível, e o território mais pequeno contribui para um estilo de vida mais tranquilo e menos disperso.
Além do clima, o ritmo de vida português é um dos fatores mais valorizados por quem chega de fora. As cidades médias, o contacto com o mar e o custo moderado da restauração fazem do país um destino particularmente confortável para reformados e nómadas digitais.
A gastronomia, a simpatia dos habitantes e a facilidade em comunicar em inglês completam o retrato de um país acolhedor que tem sabido aproveitar esta nova vaga de interesse internacional.
Espanha perde terreno, mas mantém prestígio
Apesar desta tendência, Espanha continua entre os destinos preferidos dos reformados europeus. A cultura, as infraestruturas e o sistema de saúde são pontos fortes que continuam a atrair milhares de estrangeiros todos os anos.
Contudo, as diferenças fiscais e o custo crescente da habitação estão a pesar cada vez mais nas decisões. Muitos britânicos que antes compravam casa em zonas como a Costa del Sol ou Alicante estão agora a vender para investir em cidades portuguesas como Lagos, Tavira, ou até regiões do centro e norte.
Segundo o Express, os especialistas acreditam que esta tendência pode manter-se, especialmente se Portugal continuar a garantir estabilidade económica e benefícios fiscais moderados para estrangeiros residentes.
Portugal ganha vantagem no pós-Brexit
A facilidade de adaptação também tem sido um fator importante para os reformados se mudarem para Portugal. Após o Brexit, os cidadãos britânicos enfrentam mais burocracia para residir em países da União Europeia. Em Portugal, porém, o processo é mais simples e transparente.
As autoridades portuguesas têm investido em programas de residência digital e em políticas de acolhimento mais ágeis, o que reforça a posição do país como destino de excelência para estrangeiros.
Seja pelo custo de vida, pelo clima ou pela hospitalidade, Portugal está hoje mais bem posicionado do que nunca para receber quem procura uma vida tranquila e financeiramente equilibrada após a reforma.
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