Não só moderna e eficiente, esta tecnologia é afinal uma das maiores responsáveis pelo aumento das faturas de eletricidade. Um estudo europeu revelou qual o verdadeiro “campeão” do consumo na cozinha, e não é o frigorífico nem o forno.
Nos últimos meses, com os preços da energia a manterem-se altos e o apagão que afetou várias zonas da Península Ibérica, o tema voltou à ordem do dia. Muitos consumidores acreditavam que os eletrodomésticos tradicionais eram os mais gastadores, mas a verdade é outra.
O eletrodoméstico que mais consome energia
Segundo um relatório citado pelo jornal dinamarquês Nyheder24, a placa de indução é o equipamento que mais eletricidade consome numa cozinha moderna. Embora seja frequentemente apresentada como uma alternativa eficiente e amiga do ambiente, o estudo mostra que o seu consumo médio anual ronda os 748 kWh, um valor consideravelmente superior ao de outros aparelhos.
Um frigorífico convencional gasta cerca de 270 kWh por ano, enquanto o forno elétrico ronda os 496 kWh. Isto significa que a placa de indução pode consumir quase três vezes mais energia do que o frigorífico, contrariando a perceção generalizada sobre o seu desempenho.
Eficiência térmica com custo escondido
A principal razão para este consumo elevado está na rapidez com que a placa de indução aquece. A tecnologia utiliza campos magnéticos para atingir temperaturas elevadas em poucos segundos, o que exige uma potência muito alta de forma imediata. Essa velocidade, embora prática, traduz-se em picos de consumo que fazem subir a fatura da luz.
De acordo com o relatório, “muitos consumidores não têm consciência deste impacto e acabam surpreendidos com os custos mensais”, razão pela qual a adoção de hábitos conscientes é essencial para equilibrar o orçamento.
Como reduzir o consumo sem abdicar de conforto
Gestos simples podem ter impacto real. Usar apenas o calor necessário, escolher zonas de aquecimento adequadas ao tamanho do tacho e evitar deixar a placa ligada mais tempo do que o indispensável são algumas das medidas recomendadas.
Além disso, reduzir o uso de aparelhos simultaneamente e aproveitar o calor residual da placa são estratégias eficazes para poupar energia.
Outras soluções que fazem diferença
Em determinadas preparações, usar o micro-ondas ou a panela de pressão pode ser mais vantajoso. Estes equipamentos consomem menos eletricidade e permitem reduzir o tempo de confeção sem perder qualidade.
Outra forma de poupança passa por investir em aparelhos com classificação energética A+++, mesmo que o custo inicial seja mais elevado. A médio prazo, o investimento compensa pela redução de consumo.
Eficiência depende do utilizador
A placa de indução simboliza a modernidade na cozinha, mas também mostra que tecnologia nem sempre é sinónimo de poupança. O equilíbrio está na forma como o equipamento é utilizado, com atenção aos pequenos detalhes que podem fazer a diferença no fim do mês.
Num cenário em que cada quilowatt conta, conhecer os verdadeiros consumidores de energia é o primeiro passo para evitar surpresas na fatura, e para transformar eficiência em economia real.
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