A experiência de fazer compras no supermercado está prestes a sofrer uma transformação tecnológica. Na Alemanha, uma inovação começa a ganhar destaque: balanças inteligentes que reconhecem automaticamente os produtos. Com recurso a câmaras e inteligência artificial, a tarefa de pesar fruta e legumes torna-se mais simples. O cliente já não precisa de memorizar códigos ou procurar números nos cartazes.
Balanças que identificam produtos
Esta nova tecnologia está a ser testada em supermercados de Düsseldorf, tal como mostrou uma reportagem da RTL. Basta colocar, por exemplo, uma maçã na balança e o sistema identifica automaticamente o produto. A precisão da tecnologia baseia-se num sistema de câmaras integrado na balança. Todo o processo é feito sem qualquer necessidade de intervenção manual.
A adoção da inteligência artificial nos supermercados está também a ser impulsionada pela escassez de trabalhadores. Segundo os donos das lojas alemãs, há cada vez mais dificuldades em manter o funcionamento até ao final do dia. “Em todos os lugares, há sinais a informar que o balcão teve de fechar porque não havia funcionários”, queixam-se os clientes. A tecnologia é vista como uma resposta a esta carência.
Clientes pedem maior flexibilidade
Com menos pessoal disponível, os consumidores pedem soluções que lhes permitam fazer compras com mais rapidez. “Todos queremos poder fazer compras até mais tarde”, afirmam alguns utilizadores entrevistados. As inovações tecnológicas tentam assim responder à necessidade de eficiência. A inteligência artificial surge como uma aliada para tornar os processos mais ágeis.
Publicidade e preços personalizados
A inteligência artificial já está presente noutras áreas dentro das superfícies comerciais. Para além das balanças, existem etiquetas de preço digitais que podem ser atualizadas remotamente. Estas etiquetas, além do preço, também exibem publicidade personalizada conforme os hábitos de consumo. A ideia é adaptar a experiência de compra ao perfil de cada cliente.
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Reforço da segurança
Segundo Ilhami Cantadurucu, especialista em inteligência artificial (IA), os sistemas podem ser usados também para reforçar a segurança. “A IA pode identificar alguém que sai sem pagar e enviar uma mensagem para o funcionário: atenção, corredor 3, 7 ou onde for”, explica. Essa mensagem pode surgir acompanhada de um vídeo com a imagem do artigo não registado. Assim, é possível agir rapidamente.
Outra das funcionalidades em fase de teste é a recomendação de produtos em tempo real. Por exemplo, ao escolher uma embalagem de cereais, um ecrã pode sugerir a compra de leite. Esta técnica pretende estimular vendas complementares e ajudar os clientes a não esquecerem produtos essenciais. As sugestões aparecem em pequenos ecrãs colocados estrategicamente nas prateleiras.
Menos custos, mais eficiência
O uso crescente da tecnologia nos supermercados não significa apenas conveniência. Para os gestores representa também uma forma de poupar nos custos operacionais. Menos tempo ao balcão, menos filas e maior rotatividade nas compras são os objetivos principais. A inteligência artificial poderá ainda ajudar na gestão de stocks e na reposição automática de artigos em falta.
Aprendizagem constante do sistema
Apesar de estar em fase experimental, o sistema de balanças inteligentes mostra resultados promissores. A automatização deste processo pode ser alargada a outros setores dentro das lojas. As câmaras e sensores são treinados para reconhecer formas, cores e padrões dos alimentos. O sistema aprende com os dados recolhidos e torna-se cada vez mais eficiente.
Este é apenas o início de uma mudança mais ampla na forma como interagimos com o comércio. O que começou com caixas de self-service evolui agora para lojas cada vez mais automatizadas. Os consumidores poderão beneficiar de maior rapidez e personalização.
Para quando um supermercado semelhante em Portugal?
Para já ainda não existe qualquer previsão de chegada deste tipo de supermercados a Portugal. No entanto, o Pingo Doce do Alegro Sintra tem agora um novo restaurante onde o pagamento é feito com inteligência artificial. Neste caso, o estabelecimento reconhece os artigos que o cliente tem no tabuleiro.
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