A partir de 2026, milhares de viajantes terão de pagar 20 euros para obter a nova autorização eletrónica ETIAS, o sistema que passa a ser obrigatório para entrar no Espaço Schengen e que altera de forma direta os custos e os preparativos de viagem. A medida insere-se num conjunto mais vasto de mudanças que têm vindo a transformar a circulação na Europa, do reforço dos controlos fronteiriços ao aumento de taxas turísticas, com impacto claro nas despesas de quem pretende visitar o continente.
De acordo com o portal Euronews, o ETIAS deveria ter entrado em funcionamento depois do Sistema de Entrada e Saída (EES), mas acabou adiado para o final de 2026. A decisão prolongou o atual regime de isenção para turistas de diversos países, embora a autorização eletrónica venha a ser exigida assim que o novo calendário for cumprido.
Atrasos no EES e efeitos nas fronteiras
O EES, lançado em outubro, substitui o carimbo no passaporte pela recolha digital de dados biométricos, como impressões digitais e imagem facial, à entrada nas fronteiras externas do Espaço Schengen. Segundo a mesma fonte, o sistema está a ser introduzido de forma faseada até abril de 2026, abrangendo quase todos os países da União Europeia, além de Islândia, Noruega, Suíça e Liechtenstein.
Problemas de arranque provocaram atrasos sucessivos ao longo de 2025. No Porto de Dover, a introdução plena do sistema foi empurrada para 2026 no caso dos passageiros de automóvel, para evitar constrangimentos no período de Natal. A transição deverá manter tempos de espera mais longos em vários pontos de entrada, embora o objetivo final seja tornar os controlos mais rápidos.
O que implica o ETIAS para os viajantes
O ETIAS será necessário para turistas isentos de visto e tem um custo de 20 euros, válido por três anos e para estadias até 90 dias em cada período de 180 dias. Acrescenta a publicação que esta autorização funcionará de forma semelhante a sistemas já usados noutros países, exigindo candidatura online antes da viagem.
O Reino Unido terá também o seu próprio sistema, a Autorização Eletrónica de Viagem (ETA), que começa a ser exigida em fevereiro de 2026. Refere a mesma fonte que a candidatura custa 16 libras e é válida por dois anos, aplicando-se a visitantes de 85 países que até agora não precisavam de visto para estadias curtas.
Custos a subir e regras mais apertadas
A par das autorizações eletrónicas, diversos países introduziram medidas que elevam as despesas de viagem. Explica o portal que as taxas turísticas se tornaram mais comuns, com novos valores anunciados em Espanha, Noruega, Islândia e Reino Unido, enquanto a taxa para visitantes de um dia em Veneza se mantém em vigor. O objetivo é financiar infraestruturas e gerir o peso do turismo massificado.
Cidades, como Paris e Barcelona apertaram as regras do alojamento de curta duração para controlar o impacto no mercado de arrendamento residencial, reduzindo a oferta de opções económicas.
Para que serve este novo enquadramento
As mudanças apontam para uma estratégia europeia que pretende afastar-se do turismo de baixo custo e direcionar o setor para modelos considerados mais sustentáveis, com menos pressão sobre as cidades e maior capacidade de investimento por parte de quem viaja. Segundo o Euronews, o ETIAS surge como peça central desta transição, funcionando não apenas como instrumento de segurança, mas também como parte de um novo desenho de custos associados a viajar na Europa.
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