Haverá um limite para a expressão artística? O convidado desta edição da Legado comprova que não.
Nascido em Faro em 1988, José Jesus é o expoente máximo da liberdade na ferramenta artística. Com ‘background’ musical no lado materno da sua família, foi daí que veio a primeira atração por esta forma de expressão. No entanto, nas suas palavras, “a arte tem muitas formas de chegar até nós, sem ser pela experiência de fazer. Nesse sentido pertenço a uma família que tem gosto em consumir e transmitir arte das formas mais plurais possíveis”.
O seu percurso académico leva-o de Faro para Belas-Artes, em Lisboa, onde estuda Arte Multimédia e onde acaba por fazer o mestrado em Audiovisuais. Foi em Belas-Artes que pela primeira vez levou seu trabalho “mais a sério” numa associação chamada da Colectiva, onde participou numa exposição no “antigo Espaço Avenida”.
Trabalha como cozinheiro com “alguma responsabilidade” pela primeira vez em Londres, local onde passou o seu tempo “a fazer arte, sexo e comida”.
A paixão pela cozinha leva-o para o Brasil. Foi lá onde “aprofundei o meu conceito de amizade e de ser”, chegando ao Rio de Janeiro para trabalhar como cozinheiro no restaurante Lasai.
Alguns anos depois, regressa ao seu lugar natal, as artes visuais; retomando a prática multidisciplinar que anteriormente já havia explorado.
Atualmente é coordenador do curso de Realização e Cinema da ETIC Algarve, tem bandas por todo o lado, um restaurante com um grupo de amigos e demasiados ‘crocs’.
O seu entusiasmo está direcionado neste momento para o 2º Ciclo de Música Exploratória do Algarve e com as suas criações a solo, mas o “coração” da sua motivação é algo que todos os projetos têm em comum, “o deslumbramento sobre o abismo, sobre a interrogação do que vem”.
Desde a escultura à criação audiovisual, José Jesus é o que todos aspiramos ser, completo sem barras de metal à volta, utilizando todas as ferramentas para criar.
Se o mundo acabasse amanhã, provavelmente estaria a ouvir algum podcast enquanto comia ervilhas com ovos.
- Por João Melo (Glantosz) – Texto e fotografias
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