O Plano de Cogestão da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António está aprovado e prevê medidas prioritárias para valorizar o território desta área húmida protegida, anunciou esta quarta-feira a Comunidade Intermunicipal do Algarve.
A Comissão de Cogestão da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António (RNSCMVRSA) aprovou o documento por consenso, a 30 de novembro, permitindo que fosse criado “o primeiro plano desta tipologia” desenhado para a área protegida que se situa na margem portuguesa do rio Guadiana, junto à foz, destacou a Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) num comunicado.
“O Plano de Cogestão da RNSCMVRSA foi desenvolvido em articulação com diversas entidades com intervenção direta e indireta na reserva, públicas e privadas, através de um processo de gestão participativa e colaborativa e para um horizonte temporal de três anos (2023-2025)”, referiu a AMAL.
A mesma fonte adiantou que o plano “está assente na caracterização e diagnóstico prospetivo” da Reserva Natural algarvia e “prevê um conjunto de medidas e ações consideradas prioritárias para valorizar e promover o território”.
“Pretende-se sensibilizar as populações e melhorar a comunicação com todos os interlocutores e utilizadores da reserva, num trabalho assente em três eixos: desenvolvimento sustentável e valorização do território, comunicação e promoção da identidade da reserva e sensibilização, capacitação e envolvimento dos atores chave”, refere a AMAL.
Antes de ser aprovado, o plano passou por uma fase de consulta pública, entre 26 de setembro e 24 de outubro, e obteve “um parecer prévio, positivo”, do Conselho Estratégico em novembro, assinalou, sublinhando que o documento pode ser consultado no seu sítio da Internet.
Elevado número de espécies faunísticas e florísticas
A AMAL recordou que o pedido para a adoção do modelo de cogestão para a RNSCMVRSA foi formalizado em maio de 2021 pelos presidentes das câmaras de Castro Marim e de Vila Real de Santo António, junto do Conselho Diretivo do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
“Estes municípios delegaram, depois, na AMAL competências para participar na cogestão da reserva”, esclareceu o organismo que congrega os 16 municípios do distrito de Faro.
A RNSCMVRSA foi a primeira reserva natural a ser criada em Portugal, a 27 de março de 1975, com o objetivo de proteger “uma das mais importantes zonas húmidas do país”, formada por sapais salgados, corpos de água salobra, salinas e esteiros.
A reserva conta com uma área de 2.307,99 hectares utilizada por “um elevado número de espécies faunísticas e florísticas”, observou a AMAL.
É também utilizada como “passagem, invernada e nidificação de numerosas espécies de aves aquáticas, sendo uma das áreas de maior interesse ornitológico do nosso país” e uma “zona húmida de importância internacional”, lê-se no ‘site’ da Reserva Natural.
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