Um cidadão polaco, nos idos de sessenta e, por conseguinte, ainda no limiar do turismo contemporâneo, mostrando uma sensibilidade inusitada para a época, (vivíamos então em plena Guerra Fria), considerou o Turismo como a Indústria da Paz. Numa simbiose perfeita, e a ilustrar as proféticas palavras, apenas e só uma Pomba Branca.
Trata-se de um daqueles slogans raros que, à semelhança de alguns outros, poucos, diga-se, cuja originalidade e grandeza residem precisamente na sua simplicidade, se foram da lei da publicidade libertando, tornando-se, para todo o sempre, num património da própria Humanidade.
Vem isto a propósito dos tempos conturbados que atravessamos e, sobretudo, dos reflexos negativos que os mesmos vão tendo no desempenho da actividade turística em todo o mundo. E se é verdade que o Turismo, só por si, não traz a Paz ou impede a Guerra, não é menos verdade que o Turismo, pela sua natureza essencialmente humana, contribui para um melhor entendimento entre povos de diferentes culturas, raças e religiões.
Para a ONU, viajar contribui para reforçar a paz mundial: ao viajarmos, não só adquirimos conhecimento sobre a cultura de determinado destino, como interiorizamos novas formas de pensar, incluindo uma maior sensibilidade sobre problemas, conflitos e desafios com os quais o mundo se vem confrontando
Sem pretender estabelecer, obviamente, uma relação directa causa/efeito, não podemos deixar de constatar e, muito menos, menosprezar o facto de anos mais tarde, ter sido eleito um dos Papas mais ilustres da Igreja oriundo, precisamente, da Polónia e, a Guerra Fria, quase por encanto, ter terminado praticamente de um dia para o outro.
O tal cidadão polaco não fazia a mínima ideia nem da força nem do impacte que uma mensagem com intenções, à partida, meramente publicitárias, porventura redigida à pressa e inspirada na exigência de facturar mais uns cobres para suprir as necessidades mais prementes da sua vida quotidiana, viria a ter no futuro da primeira actividade económica mundial.
A humildade, sensibilidade, sensatez e, muito principalmente, a delicadeza, humanismo e simplicidade de carácter, virtudes que, por tão simples, só estão, infelizmente, ao alcance de alguns – os Homens Bons -, constituem a essência da sã convivência da humanidade e, por conseguinte, instrumentos ao serviço da paz mundial.
Porém, e quando me atrevo a falar de Paz, vem-me infalivelmente à memória a expressão de Vítor Hugo: a tolerância é a melhor das religiões; ou a de Winston Churchill: se o pessimista vê dificuldades em todas as oportunidades, o optimista vê oportunidades em todas as dificuldades; ou ainda e, porque não, Luís de Camões: …aqueles que se vão da lei da morte libertando.
Por tudo isto, e com homens assim, o turismo não só tem futuro como é o próprio futuro. Nestes termos, podemos afirmar que o turismo é, muito justamente, considerado como a pedra angular para o entendimento entre os povos e para a promoção de uma cultura de paz em todo o mundo.
O Turismo é uma das mais importantes atividades sociais, culturais e económicas mundiais. Para além de garantir o desenvolvimento de muitas áreas e movimentar a economia, o turismo valoriza a história, promove a transformação do espaço geográfico e a interação entre as pessoas.
Segundo o Papa Francisco todos os cidadãos são responsáveis pela construção da paz, tal como todos os turistas podem e devem ser embaixadores da PAZ.
Segundo as Nações Unidas, viajar contribui para reforçar a paz mundial. Para a ONU, o conceito é bastante simples: ao viajarmos, não só adquirimos conhecimento sobre a cultura de determinado destino, como interiorizamos novas formas de pensar, incluindo uma maior sensibilidade sobre problemas, conflitos e desafios com os quais o mundo se vem confrontando.
Seguindo essa visão, o turismo contribui para o diálogo intercultural e ajuda nações em processos de reconciliação. Este é um dos pilares que precisam de mais atenção, pois seus benefícios são extremamente necessários em diversos contextos.
*O autor escreve de acordo com a antiga ortografia