A escalada das tensões geopolíticas e financeiras, aliada à instabilidade dos mercados internacionais, tem feito disparar o valor do ouro. Esta semana, o metal precioso atingiu um novo recorde de 3.200 dólares por onça.
Embora seja reconhecido como um porto seguro em tempos de crise, o ouro também apresenta oscilações significativas, como alerta o analista Fawad Razaqzada, do City Index, citado pelo ‘This is Money’: “O ouro não escapou à liquidação de ativos da semana passada, motivada pela necessidade de cobrir perdas noutras áreas, como as ações”.
O que influencia o preço do ouro?
Apesar das flutuações, o ouro continua a ser uma referência para quem procura segurança. Entre os principais factores que influenciam a sua valorização estão:
- Taxas de juro: quando os juros estão baixos, o ouro torna-se mais atrativo, pois não gera rendimentos diretos.
- Inflação: o metal precioso é usado como escudo contra a perda de poder de compra.
- Procura dos bancos centrais: a acumulação de reservas tem aumentado nos últimos anos.
- Tensões geopolíticas: situações de guerra ou crises políticas tendem a aumentar a procura por ouro.
- Flutuações cambiais: um dólar fraco costuma valorizar o ouro.
- Sentimento dos investidores: a perceção de risco pode acelerar ou travar a corrida ao ouro.
Como investir em ouro
O interesse pelo ouro como ativo de proteção tem vindo a crescer. As formas mais comuns de investimento incluem:
ETCs (Exchange-Traded Commodities)
São produtos que replicam o preço do ouro. Alguns têm ouro físico como lastro, outros funcionam com derivados. São indicados para quem procura liquidez.
Fundos multiativos ou especializados
Incluem ouro na sua carteira e são geridos por profissionais. Oferecem diversificação e exigem pouca intervenção do investidor.
Ouro físico (barras ou moedas)
A forma mais tradicional, mas que implica custos de segurança e armazenamento. Algumas empresas oferecem cofres certificados.
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O truque antigo que continua atual
Investir em ouro físico, em barras ou moedas, é um dos métodos mais antigos de preservar riqueza.
Usado há milhares de anos como forma de troca, poupança e reserva de valor, este “truque” ancestral continua a atrair investidores, sobretudo em tempos de incerteza.
A sua simplicidade, tangibilidade e independência face a sistemas financeiros digitais tornam-no particularmente apelativo para quem procura segurança a longo prazo.
Ações de empresas de mineração
Dão exposição indireta ao valor do ouro, mas com maior volatilidade. Uma alternativa é investir em fundos compostos por várias destas empresas.
Seja qual for a opção, o importante é ter em conta que o ouro não paga juros nem dividendos, mas oferece uma forma de proteção contra choques externos.
Num contexto de incerteza económica, o ouro volta a destacar-se como uma opção de investimento defensivo.
A sua longa história como reserva de valor mantém-no na preferência de muitos investidores, sobretudo quando a estabilidade dos mercados está em risco.
Como sempre, recomenda-se ponderação, diversificação e acompanhamento próximo da evolução dos mercados.
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