Num retrato do mercado laboral em Portugal, no âmbito do 1.º de Maio (Dia do Trabalhador), a Pordata indica que tanto o salário mínimo nacional, como o salário médio português estão entre os 10 mais baixos da União Europeia (UE). As áreas da agricultura e pescas, alojamento e restauração são os setores onde menos se ganha, de acordo com os dados divulgados esta terça-feira, dia 30 de abril.
Os dados revelam que Portugal é o 5.º país com salário médio mais baixo, quando considerando o custo de vida, apenas acima da Eslováquia, Grécia, Hungria e Bulgária. Por outro lado, em Espanha os salários são, em média, um terço mais elevados do que em Portugal.
A Pordata revela ainda que o salário médio anual por trabalhador (sem paridade de poder de compra) em Portugal era o 10.º mais baixo dos países da UE em 2022, com os salários nos 10 países que registam os mais elevados a serem, pelo menos, duas vezes superiores aos dos 10 países de baixo (onde se inclui Portugal).
Também o salário mínimo português, quando considerado em paridade de poder de compra, está entre os 10 mais baixos dos 22 países da União Europeia com salário mínimo. “Em 20 anos, Portugal foi ultrapassado pela Polónia, Lituânia e Roménia no que diz respeito ao salário mínimo nacional (SMN)“, refere, acrescentando que o salário mínimo nacional é 26% mais baixo do que em Espanha e 47% do que em França.
Os dados revelam que o ordenado médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem, em Portugal, (incluindo horas extra, subsídios de férias e Natal ou prémios) foi de 1368 euros em 2022.
“O salário mínimo nacional está cada vez mais próximo do ordenado médio. Em 2002, o salário mínimo correspondia a 43% do ganho médio e em 2022 esta percentagem já tinha subido para 52%”, dados que pode encontrar no website da Pordata.
A fotografia da Pordata indica ainda que o salário médio em Portugal dos trabalhadores do setor do alojamento e restauração (873 euros) e da agricultura e pescas (916 euros) estão entre os mais baixos do país. Por outro lado, o setor das atividades financeiras e de seguros (1705 euros), da eletricidade, gás e água (2243 euros) e de organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais (3156 euros) são aqueles em que o salário médio é mais elevado.
Um em cada seis trabalhadores em Portugal tem contrato a prazo, sendo o 3.º país europeu com maior percentagem. Os dados da Pordata revelam que 17,4% dos trabalhadores no país têm contrato a prazo, acima da média da União Europeia (13,4%).
“Em Portugal, um em cada seis trabalhadores tem contrato a prazo, rácio que se tem mantido quase sem alteração nos últimos 20 anos”, assinala. Por outro lado, Portugal é o 10.º país dos 27 da União Europeia com menor proporção de trabalhadores a tempo parcial, já que apenas oito em cada 100 trabalhadores se encontram em regime “part-time”.
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