Os proveitos do setor do alojamento turístico em 2022 mais do que duplicaram face a 2021 e superaram os níveis de 2019, em resultado de aumentos superiores a 80% no número de hóspedes e dormidas, divulgou hoje o INE.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), “no conjunto do ano de 2022 (dados preliminares), os proveitos do setor do alojamento turístico cresceram 114,7% no total e 117,0% nos relativos a aposento (+16,5% e +17,7%, face a igual período de 2019, respetivamente), em resultado de 26,5 milhões de hóspedes (+83,3%) e 69,5 milhões de dormidas (+86,3%)”.
No ano passado, face a 2021, as dormidas aumentaram 22,8% nos residentes e 149,8% nos não residentes e ficaram “muito próximas” do nível de 2019 (-0,9%; -5,0% nos não residentes e +8,6% nos residentes).
As dormidas de não residentes voltaram a superar as de residentes (67,0% do total de dormidas), ainda que “ligeiramente abaixo” do peso que tinham em 2019 (69,9% do total), detalha o INE.
Em 2022, os proveitos totais nos estabelecimentos de alojamento turístico aumentaram 114,7% face ao ano anterior, para 5.003,5 milhões de euros, e os relativos a aposento subiram 17,0%, somando 3.801,6 milhões de euros. Comparando com igual período de 2019, verificaram-se aumentos de 16,5% e 17,7%, pela mesma ordem.
Face a 2019, os maiores crescimentos registaram-se na Região Autónoma da Madeira (+29,8% nos proveitos totais e +36,6% nos de aposento). Os proveitos totais e de aposento cresceram menos no Centro (+9,3% e +14,4%, respetivamente) e na Área Metropolitana de Lisboa (+11,5% e +12,8%, pela mesma ordem).
De acordo com o INE, a evolução dos proveitos foi positiva nos três segmentos de alojamento: Comparando com o mesmo período de 2019, os proveitos totais na hotelaria aumentaram 15,2% e os de aposento cresceram 16,4% (pela mesma ordem, pesos de 87,4% e 85,6% no total do alojamento turístico), enquanto nos estabelecimentos de alojamento local (quotas de 8,7% e 10,4%) se registaram subidas de 14,5% e 15,6% e no turismo no espaço rural e de habitação (representatividade de 3,9% e 4,0%, respetivamente) os aumentos atingiram 64,6% e 62,4%, pela mesma ordem.
Nas dormidas de residentes apenas se registou um decréscimo no Algarve
No conjunto do ano de 2022, todas as regiões registaram aumentos no número de dormidas, destacando-se a Área Metropolitana de Lisboa (+132,6%) com o maior crescimento.
O INE nota que “as dormidas de não residentes mais que duplicaram em todas as regiões, enquanto nas dormidas de residentes apenas se registou um decréscimo no Algarve (-4,5%)”.
No conjunto do ano 2022, o município de Lisboa registou 13,3 milhões de dormidas (19,1% do total), que se traduziram num decréscimo de 4,8% face a 2019. As dormidas de residentes ficaram próximas dos valores de 2019 (-0,6%), enquanto as de não residentes diminuíram 5,6%, tendo este município concentrado 23,8% do total de dormidas de não residentes registadas no país em 2022 (24,0% em 2019).
Já as dormidas no município de Albufeira (10,3% do total) atingiram 7,2 milhões em 2022, decrescendo 16,1% face a 2019 (-9,5% nos residentes e -18,0% nos não residentes). As dormidas de não residentes representaram 76,5% do total de dormidas do município, semelhante ao verificado em 2019 (78,2%).
Por sua vez, o Funchal representou 8,1% do total de dormidas em 2022 (5,7 milhões), correspondendo a um acréscimo de 12,7% (+76,1% nos residentes e +5,0% nos não residentes) em comparação com 2019.
No Porto, registaram-se 4,8 milhões de dormidas em 2022 (6,9% do total), +4,4% face a 2019 (+8,2% nos residentes e +3,6% nos não residentes).
No ano passado, a taxa líquida de ocupação-cama (45,6%) aumentou 14,6 pontos percentuais e a taxa líquida de ocupação-quarto (54,1%) aumentou 17,2 pontos percentuais, ficando abaixo das registadas em 2019 (47,3% e 55,3%, pela mesma ordem).
O rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) atingiu 56,2 euros e aumentou 72,5%, tendo registado crescimentos de 74,8% na hotelaria, 81,6% no alojamento local e 18,8% no turismo no espaço rural e de habitação.
Quanto ao rendimento médio por quarto ocupado (ADR), atingiu 103,9 euros e aumentou 17,7%, apresentando crescimentos de 16,4% na hotelaria, 31,6% no alojamento local e 7,6% no turismo no espaço rural e de habitação.
Em 2022, considerando a generalidade dos meios de alojamento (estabelecimentos de alojamento turístico, campismo e colónias de férias e pousadas da juventude), registaram-se 28,9 milhões de hóspedes e 77,0 milhões de dormidas, correspondendo a crescimentos de 80,7% e 80,8%, respetivamente. Comparando com 2019, as dormidas diminuíram 1,0% (+5,4% nos residentes e -4,3% nos não residentes).
Considerando apenas os dados relativos ao mês de dezembro de 2022, o setor do alojamento turístico registou 1,6 milhões de hóspedes e 3,7 milhões de dormidas, +44,2% e +44,6% face ao mesmo mês de 2020, correspondendo a 252,2 milhões de euros de proveitos totais (+65,4%) e 176,8 milhões de euros de proveitos de aposento (+64,2%).
Comparando com o mesmo mês de 2019, registaram-se aumentos de 22,9% nos proveitos totais e 25,5% nos relativos a aposento (+25,5% e +28,8% em novembro, respetivamente).
Em dezembro, o mercado interno contribuiu com 1,4 milhões de dormidas e cresceu 28,3% e os mercados externos (peso de 61,6%) totalizaram 2,3 milhões de dormidas (+57,1%). Comparando com dezembro de 2019, observaram-se aumentos quer nas dormidas de residentes (+11,4%), quer nas de não residentes (+2,1%).
Registaram-se aumentos nas dormidas em todas as regiões, destacando-se a Área Metropolitana de Lisboa com o maior crescimento (+52,0%), sendo que a Região Autónoma da Madeira (+42,3%) e o Algarve (+41,5%) apresentaram os maiores aumentos nas dormidas de residentes, enquanto nas dormidas de não residentes se destacaram o Norte (+68,4%), a Área Metropolitana de Lisboa (+67,3%) e a Região Autónoma dos Açores (+65,7%).
No último mês de 2022, a taxa líquida de ocupação-cama nos estabelecimentos de alojamento turístico (31,1%) aumentou 7,8 pontos percentuais em termos homólogos e ficou “ligeiramente acima” do valor observado em dezembro de 2019 (31,0%), enquanto a taxa líquida de ocupação-quarto (37,8%) aumentou 9,0 pontos percentuais e ficou “ligeiramente abaixo” dos níveis pré-pandemia de 38,2%.
As taxas de ocupação-cama mais elevadas registaram-se em dezembro na Madeira (48,6%) e Área Metropolitana de Lisboa (40,6%), correspondendo também aos maiores acréscimos neste indicador (+9,5 e +11,6 pontos percentuais, respetivamente). Em relação a 2019, realça-se o crescimento da Madeira (+7,0 pontos percentuais).
No que se refere aos proveitos nos estabelecimentos de alojamento turístico, somaram 252,2 milhões de euros em dezembro, dos quais 176,8 milhões corresponderam a aposento. Comparando com dezembro de 2019, os proveitos totais e de aposento aumentaram 22,9% e 25,5%, respetivamente.
Nesse mês, o RevPAR situou-se em 33,1 euros e o ADR atingiu 87,4 euros (+53,6% e +17,2% face a dezembro de 2021, respetivamente). Em relação a dezembro de 2019, o RevPAR aumentou 18,9% e o ADR cresceu 20,0%.