Na manhã desta segunda-feira, 7 de março, os futuros do barril de Brent, a referência para a Europa, quase chegaram aos 140 dólares, em máximos de 14 anos, perante a perspetiva de o Ocidente banir a compra de petróleo e gás à Rússia.
Pelas 7h30 desta segunda-feira, o barril de Brent registava uma subida de 9% para os 129 dólares, ao passo que o barril West Texas Intermediate cotava em alta interdiária de 8,5% para os 126 dólares.
Segundo a CNBC, o barril de Brent chegou a tocar nos 139,13 dólares na madrugada de segunda-feira, em máximos desde 2008 (mas ainda abaixo do máximo histórico de 147,50 dólares de julho desse ano). O barril WTI, por sua vez, rondou os 130 dólares, sinalizando uma cada vez maior escassez de petróleo nos mercados devido à invasão da Ucrânia pela Rússia.
Relatos de bombardeamentos de alvos civis pelos russos e a perspetiva do fim das compras de energia à Rússia da parte do Ocidente, até aqui muito dependente das exportações de petróleo e gás de Moscovo, estão a provocar esta subida muito expressiva nos preços do barril de petróleo na manhã desta segunda-feira.
No domingo, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse que os Estados Unidos e os seus aliados ponderavam banir a compra de petróleo à Rússia, uma fonte de rendimento essencial para Moscovo que está a permitir aliviar o impacto junto de Moscovo das duras sanções impostas na última semana pelo Ocidente.
Entretanto, um eventual acordo com o Irão para a suspensão do seu programa nuclear traria a produção petrolífera de Teerão de volta para os mercados mundiais, aliviando os preços. Porém, atrasos nas negociações devido a exigências relacionadas com a manutenção do comércio com a Rússia estão a ser pedras na engrenagem de um acordo.
Porém, um eventual fim do petróleo e gás russos nos mercados internacionais iria agravar a situação de escassez destas matérias-primas e fazer aumentar os preços ainda mais. O que, por sua vez, agravaria as subidas dos preços em grande parte das atividades económicas, traduzindo-se no acelerar da taxa de inflação, já em máximos de várias décadas na Europa e nos Estados Unidos.
Por cá, segunda-feira é dia de um “salto” histórico nos preços dos combustíveis, naquela que é a maior subida de sempre no custo da gasolina e do gasóleo em Portugal.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL