Um economista espanhol tornou-se viral depois de afirmar nas redes sociais que “Espanha é um país para ir de férias, jamais para empreender ou prosperar”. A declaração, que rapidamente gerou debate público, surge no contexto da polémica em torno da proposta do governo espanhol para aumentar as contribuições dos trabalhadores independentes, medida que tem sido alvo de críticas pelo impacto que poderá ter nos rendimentos mais baixos.
De acordo com o jornal La Razón, o executivo espanhol apresentou uma revisão à proposta inicial de subida das quotas para os trabalhadores por conta própria, após várias associações denunciarem que o modelo penalizava os rendimentos mais reduzidos.
O plano anterior previa aumentos mensais entre 17 e 206 euros, o que criava uma diferença significativa entre os vários escalões de contribuição.
Governo espanhol recua na proposta
Segundo a mesma fonte, os profissionais com rendimentos inferiores a 8.040 euros anuais, menos de 670 euros por mês, passariam a pagar uma contribuição mínima de 217 euros mensais a partir de 2026. Já quem aufere entre 670 e 900 euros teria uma subida progressiva, podendo atingir os 264,56 euros em 2028.
O recuo surge na sequência das críticas que alertavam para o risco de encerramento de milhares de pequenos negócios. Conforme a publicação, o Ministério da Inclusão, Segurança Social e Migrações decidiu congelar os três primeiros escalões de contribuição, uma medida que procura aliviar a pressão sobre os trabalhadores independentes com menores rendimentos.
Medida divide opiniões
Nos restantes escalões, correspondentes aos rendimentos médios e altos, será aplicada uma atualização moderada entre 1% e 2,5%, acompanhando a evolução do índice de preços no consumo. O objetivo é equilibrar a sustentabilidade do sistema com a proteção dos grupos mais vulneráveis.
Ainda assim, as principais associações de trabalhadores independentes consideram que a reforma continua insuficiente. Acrescenta a publicação que estas organizações argumentam que a carga fiscal total em Espanha, entre impostos, contribuições e custos de atividade, continua a ser excessiva, limitando a capacidade de investimento e crescimento dos pequenos empreendedores.
“Espanha é um país para se reformar ou ir de férias”
A contestação económica ganhou novo fôlego com as declarações de Gustavo Martínez, economista e especialista em mercados financeiros, conhecido nas redes sociais pelas suas análises sobre temas económicos. O economista publicou recentemente uma mensagem na rede social X onde criticou duramente o modelo económico espanhol, em resposta a um empreendedor espanhol que se mudou para Andorra.
No comentário, o empresário afirmava que, ao conhecer “a vida dos baixos impostos”, nunca mais voltaria a Espanha, sublinhando que “a qualidade de vida melhora exponencialmente”. Em resposta, Martínez reforçou que “Espanha é um país para se reformar ou ir de férias, jamais para empreender ou prosperar”.
“O socialismo vai deixar-te seco”, diz Martinez
Segundo o La Razón, o economista sustenta as suas críticas nas políticas fiscais e sociais aplicadas nos últimos anos. Na segunda parte do seu discurso, Martínez refere que “o socialismo, legitimado por uma parte importante da população, vai roubar-te até te deixar seco”.
Acrescenta ainda que o sistema fiscal e o custo de vida tornam “impossível prosperar”, apontando o mercado da habitação como um dos principais fatores que levam muitos jovens e profissionais a emigrar. “Vão confiscar-te de tal maneira que a tua única opção será viver num quarto”, escreveu o economista, concluindo o seu apelo com uma mensagem clara: “Fuja daqui, o custo de vida aqui tende para ser infinito”.
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