A falta de espaço para bagagem de mão nos aviões tornou-se um dos principais motivos de frustração entre passageiros e um fator de atrasos nos voos. À medida que as companhias aéreas aumentam o número de assentos nas cabines e cobram taxas elevadas pelo despacho de bagagem, a disputa por um lugar nos compartimentos superiores tornou-se inevitável.
A situação repete-se diariamente nos aeroportos: minutos antes do embarque, um funcionário informa que o espaço nos compartimentos está a esgotar-se, levando muitos passageiros a aglomerarem-se na porta de embarque na tentativa de garantir que a sua mala viaje consigo.
Quem cede e despacha a bagagem, muitas vezes, entra no avião e descobre que ainda há espaço disponível.
A falta de espaço para bagagem de mão nos aviões tornou-se um problema recorrente. Descubra quais as soluções que se podem adotar.
A origem do problema
Nos últimos anos, a ocupação dos voos aumentou significativamente. Em 2024, foram registados 36,4 milhões de voos em todo o mundo, com uma taxa de ocupação média superior a 80%.
Segundo Bob Mann, analista de aviação, “se olharmos para o mesmo avião há 10 anos e hoje, ele tem mais assentos”.
Esta realidade tem um impacto direto na bagagem de mão: mais passageiros transportam malas consigo, mas o espaço nos compartimentos superiores não acompanhou esse crescimento.
Além disso, as companhias aéreas tornaram o despacho de bagagem uma opção menos atrativa para os passageiros. As taxas podem ser elevadas e há o receio de que as malas sejam extraviadas ou mal manuseadas.
A Southwest Airlines, que permite duas malas despachadas gratuitamente, tem menos problemas com bagagem de mão, mas para a maioria das transportadoras, as taxas de bagagem representam uma fonte significativa de receita, como explica a Business Insider.
Os funcionários dos portões de embarque também enfrentam desafios. Pressionados para garantir que os voos partam a horas, começam a pedir que os passageiros despachem as malas assim que o embarque se inicia, numa tentativa de evitar atrasos.
O que pode ser feito?
A solução para este problema não é simples. Algumas companhias aéreas estão a investir em compartimentos superiores maiores, como a United Airlines e a Alaska Airlines, que anunciaram novos espaços capazes de acomodar todas as malas de mão padrão dos passageiros.
Outra possibilidade seria incentivar mais passageiros a despacharem as malas, seja através da redução ou eliminação das taxas ou de um sistema mais eficiente de rastreamento de bagagem, para minimizar o receio de extravio.
Algumas empresas já permitem que os passageiros acompanhem a localização da sua bagagem em tempo real, o que pode aumentar a confiança no despacho.
Ainda assim, o principal fator por trás da falta de espaço — a maximização do número de assentos nas aeronaves — não parece estar prestes a mudar.
Conclusão
O modelo de negócio das companhias aéreas continua a privilegiar a rentabilização do espaço disponível, o que significa que o passageiro continuará a enfrentar a habitual corrida para encontrar um local para a sua bagagem de mão.
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