Alejandro Marque queria chegar ao pódio da 83.ª Volta a Portugal e, por isso, hoje lutou como nenhum outro ciclista na etapa da Senhora da Graça, a penúltima desta edição, da qual levará momentos inesquecíveis.
“Hoje tinha que ser o tudo ou nada. Para mim, fazer quarto ou quinto era indiferente, queria meter-me no pódio e lutei por isso”, confessou à agência Lusa o campeão da Volta de 2013.
‘Alex’ atacou a mais de 40 quilómetros da meta, depois da sua Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel endurecer a corrida na subida ao Barreiro, teve uma avaria, foi forçado a perseguir, mas voltou novamente a atacar na descida até Mondim de Basto, sendo alcançado a 19 quilómetros do final.
“Hoje, também quis fazer o que a minha cabeça me ditava… ciclismo de ataque”, pontuou.
Mas o azar, que o ‘apanhou’ tantas vezes na sua carreira e também na quinta etapa, quando furou em plena subida ao Observatório de Vila Nova, voltou hoje a marcar presença, para desespero do galego de 41 anos.
“Senti impotência, porque tínhamos feito uma movimentação boa para selecionar [o grupo de favoritos] e vi que aquilo podia ir tudo abaixo. Não duvidei e decidi ir ‘a top’ para poder continuar com o grupo principal”, recordou, em declarações à Lusa.
Apesar de não ter concretizado o seu plano, Marque despediu-se da Senhora da Graça como um herói, com a sua chegada à meta a ser um dos momentos mais emocionantes desta Volta.
“Foi muito especial toda a gente a gritar o meu nome… vi uma bandeira de Portugal a 100 metros e não hesitei em atirar um beijo de agradecimento. Ao cortar a meta, foi algo inesquecível as pessoas a bater palmas, isso para mim foi dos melhores momentos”, revelou.
O galego, que ao cortar a meta vinha de sorriso no rosto, falou ainda da “pequena homenagem” que teve à partida, que o deixou “com um sentimento de tristeza”, por deixar “muita boa gente”.
Marque é quinto na Volta a Portugal, a 04.19 minutos do camisola amarela Frederico Figueiredo (Glassdrive-Q8-Anicolor), e está a mais de dois minutos de Luís Fernandes (Rádio Popular-Paredes-Boavista), o terceiro classificado.
Frederico Figueiredo é o último a partir para o ‘crono’
O português Frederico Figueiredo (Glassdrive-Q8-Anicolor), líder da 83.ª edição da Volta a Portugal em bicicleta, será o último a partir, na segunda-feira, para a 10.ª e última etapa, um contrarrelógio de 18,6 quilómetros entre Porto e Gaia.
Líder desde a quinta etapa, Figueiredo sai para a estrada às 17:00, dois minutos depois do terceiro classificado, o também português Luís Fernandes (Rádio Popular-Paredes-Boavista), mas o seu verdadeiro adversário é o seu colega uruguaio Mauricio Moreira, que é segundo a sete segundos e um especialista na luta contra o cronómetro.
O vice-campeão da edição de 2021 parte às 16:56 – os regulamentos não permitem que dois companheiros de equipa saiam um a seguir ao outro -, com outro especialista, o quinto classificado Alejandro Marque (Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel), a sair dois minutos antes.
O contrarrelógio de 18,6 quilómetros vai definir o pódio final, com o ‘top 3’ ainda em aberto, uma vez que Luís Fernandes pode ser ultrapassado por António Carvalho (Glassdrive-Q8-Anicolor).
O venezuelano José Bruzual (Java Kiwi Atlântico) será o primeiro dos 105 ciclistas em prova a partir para o ‘crono’, às 15:06.
Ordem de partida: 15:06 - José Bruzual, Ven (Java Kiwi Atlántico)(...) 16:42 - Henrique Casimiro, Por (Efapel) 16:44 - Jokin Murguialday, Esp (Caja Rural) 16:46 - Jesus del Pino, Esp (Aviludo-Louletano-Loulé Concelho) 16:48 - Delio Fernández, Esp (Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel) 16:50 - André Cardoso, Por (ABTF-Feirense) 16:52 - António Carvalho, Por (Glassdrive-Q8-Anicolor) 16:54 – Alejandro Marque, Esp (Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel) 16:56 – Mauricio Moreira, Uru (Glassdrive-Q8-Anicolor) 16:58 - Luís Fernandes, Por (Rádio Popular-Paredes-Boavista) 17:00 - Frederico Figueiredo, Por (Glassdrive-Q8-Anicolor)