O tavirense Tomás Luís foi o resistente português da jornada dupla deste sábado no The Campus e apurou-se pela primeira vez na carreira para as meias-finais de singulares de um torneio internacional ao celebrar por duas vezes no Resort da Quinta do Lago, a última contra o compatriota Pedro Araújo. Gastão Elias foi derrotado na segunda ronda. Nos pares, Tiago Pereira e Diogo Marques avançaram para as meias-finais, enquanto Francisco Rocha ficou em suspenso por causa da chuva.
Uma semana depois de atingir os quartos de final mais importantes da carreira, Tomás Luís (1344.º ATP) quebrou mais uma barreira ao vencer o qualifier espanhol Alejandro Lopez Escribano (sem classificação profissional) por 7-5 e 6-3 na parte da manhã e Pedro Araújo (415.º) por 6-4 e 7-6(6) já de noite.
A jornada deste sábado transformou-se, aliás, num autêntico desafio para os protagonistas. Com início agendado para as 10h30, contou com atrasos e interrupções devido à chuva e terminou já para lá das 21h30 com o auxílio da iluminação artificial para os encontros dos quartos de final de singulares, entretanto encurtados para um match tie-break em detrimento do terceiro set tradicional em caso de necessidade.
Dos três portugueses que foram a jogo no quadro individual, Luís foi o único a resistir. E as duas vitórias do jovem de Tavira tiveram contornos semelhantes.
A primeira foi uma conclusão do que tinha ficado encaminhado na véspera (liderava por 7-5 e 3-2), mas no recomeço perdeu o break de vantagem e teve de reagir rapidamente para estancar a recuperação do adversário espanhol e poupar energias.
Já no segundo encontro, o algarvio também dispôs de uma vantagem confortável (6-4 e 5-2), só que Araújo — que também venceu de manhã — devolveu o break de atraso ainda antes de sair do court e no regresso ameaçou um parcial decisivo. Com as emoções à flor da pele, a coragem e a agressividade ajudaram Tomás Luís a travar o ímpeto do compatriota e a celebrar pela segunda vez este sábado.
“Para ser sincero, foram dois jogos em que estive a um nível muito bom tendo em conta as condições. Esteve um vendaval e eu mantive-me bem, sabia que não ia ser o ténis que ia ser bom, tinha de ter atitude e manter bem a cabeça. Era o mais importante e estou muito feliz”, disse, com um sorriso de orelha a orelha, antes de fazer referência ao objetivo cumprido no momento em que cerrou o punho para celebrar a vitória: “Agora tenho pontos suficientes para entrar no top 1000, era algo que eu queria alcançar ao longo deste ano e chegou mais cedo do que eu esperava.”
Sobre o duelo luso que lhe permitiu alcançar o melhor resultado da carreira, Tomás Luís explicou que estava “preparado para uma verdadeira batalha” e considerou que o tempo passado nos EUA foi fundamental: “Nenhum de nós entrou muito bem no jogo, estávamos os dois a ver no que dava por causa do vento, das condições. Quando eu tive 6-4 e 5-2 acima ele subiu o nível, começou a bater mais na bola e eu fiquei um pouco passivo, até que chegou uma altura em que já era difícil de ver e quando mudámos de campo surpreendentemente já não havia vento. Mentalmente mantive-me sempre estável, acho que esse foi o ponto fundamental hoje. Estive quatro anos nos EUA numa escola em que os campos eram por cima de um parque de estacionamento, portanto estou habituado ao vendaval.”
O lugar na final será discutido com Gabi Adrian Boitan não antes das 11 horas deste domingo. O romeno (379.º) é o sétimo cabeça de série e colocou um ponto final na campanha do qualifier Tomas Curras Abasolo (913.º) ao vencer por 6-4 e 7-5.
O elenco da outra meia-final só ficará definido na manhã deste domingo, a partir das 10h30, dado que a chuva interrompeu os restantes encontros dos quartos de final: Justin Boulais liderava por 6-1 e 2-2 contra Quinn Vandecasteele e Kimmer Coppejans vencia o match tie-break contra George Loffhagen por 7-5.
Horas antes, Loffhagen foi o responsável pela eliminação de Gastão Elias na segunda ronda. O britânico (478.º) triunfou por 6-1, 6-7(3) e 6-2 num embate que ganhou nova vida após a interrupção, com o tenista português a inverter uma desvantagem de 5-3 e a anular três match points para forçar um parcial decisivo antes de perder o gás e dizer adeus à competição.
Na variante de pares, Tiago Pereira e Diogo Marques conseguiram garantir um lugar nas meias-finais com uma vitória pelos parciais de 6-2 e 6-4 sobre o brasileiro João Eduardo Schiessl e o colombiano Andres Urrea e vão enfrentar o sueco Henrik Bladelius e o norueguês Lukas Hellum Lilleengen (11 horas).
A eles tentará juntar-se Francisco Rocha, que meia-hora antes retomará, ao lado de Tomas Curras Abasolo, o embate que liderava (6-4, 4-5) frente aos terceiros cabeças de série Cannon Kingsley e Jody Maginley. A final será discutida à tarde, em hora a designar, tal como a de singulares.
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