A olímpica Telma Monteiro revelou hoje que a Federação Portuguesa de Judo despediu a selecionadora Ana Hormigo, a um dia de a equipa viajar para competir no Grand Slam de Abu Dhabi, de apuramento para os Jogos Olímpicos.
“Quando me perguntam como vão as coisas com a federação… vão assim: Amanhã vou viajar para a competição, a minha primeira depois da cirurgia ao joelho. Hoje, a federação despediu a treinadora Ana Hormigo, por email, no dia antes de a equipa viajar! Sem a equipa ou a própria saber de forma antecipada. Em semana de competição de apuramento olímpico”, escreveu a judoca portuguesa.
Num texto longo, Telma Monteiro, a judoca portuguesa mais medalhada de sempre, voltou a deixar fortes críticas à Federação e à gestão do presidente Jorge Fernandes, informando que o dirigente terá dito que ou os atletas se retratam esta semana da carta aberta ou serão levados a tribunal.
No verão, sete atletas escreveram uma carta, na qual acusavam o dirigente de opressão, discriminação e ameaças
No verão, sete atletas — Telma Monteiro, Catarina Costa, Patrícia Sampaio, Rochele Nunes, Bárbara Timo, Anri Egutidze e Rodrigo Lopes – escreveram uma carta, na qual acusavam o dirigente de opressão, discriminação e ameaças, lamentando o “clima insustentável e tóxico”.
Poucos dias depois, a selecionadora nacional Ana Hormigo solidarizou-se com os judocas, afirmando que os mesmos “estão exaustos” e que “não querem estar sujeitos a um sistema que nem se digna a ouvi-los”.
“Sábado, na reunião de planeamento, os treinadores foram informados de que eu, como outros atletas, já não temos verba do projeto olímpico – gerido pela federação – para realizar o planeamento que tínhamos feito”, prosseguiu Telma Monteiro.
Na mesma publicação, a judoca portuguesa intensificou as críticas, sublinhando que “com ações destas, a federação continua a demonstrar o pouco respeito que tem pelos atletas, pelas pessoas e a demonstrar que tipo de gestão desportiva exerce”.