O Portimonense venceu hoje no terreno do Marítimo, por 1-0, com um golo de Welinton Júnior, e igualou provisoriamente o FC Porto no primeiro lugar da I Liga portuguesa de futebol.
O avançado brasileiro marcou o único golo do encontro da quarta jornada aos 43 minutos, impondo a quarta derrota do Marítimo, 18.º e último classificado sem qualquer ponto, em igualdade com o Paços de Ferreira, que tem em atraso a visita ao Benfica.
Já o Portimonense conquistou a terceira vitória seguida e igualou provisoriamente no topo da classificação o campeão FC Porto, que recebe no domingo o Rio Ave.
Portimonense festeja terceira vitória consecutiva frente a um Marítimo a ‘zeros’
Os adeptos do Marítimo manifestaram o desagrado com a equipa, mostrando lenços brancos, após a derrota frente ao Portimonense, a quarta na edição de 2022/23 do campeonato, que deixou os madeirenses no 18.º e último lugar, sem qualquer ponto.
Em sentido inverso, graças ao golo de Welinton Júnior, aos 43 minutos, o conjunto de Portimão somou a terceira vitória consecutiva, igualando provisoriamente o campeão FC Porto no primeiro lugar.
Vasco Seabra lançou pela primeira vez reforços no ‘onze’, estreando na baliza Matous Trmal, em detrimento de Miguel Silva, e os espanhóis Pablo Moreno e António Zarzana, em vez de Miguel Sousa e Edgar Costa, ainda em comparação com a partida perdida em Braga, enquanto Zainadine voltou às opções iniciais, saindo o lesionado Victor Costa.
Motivados em dar continuidade aos bons resultados, o Portimonense apenas realizou duas ‘mexidas’, com a entrada de Ewerton e Luquinha, para os lugares de Paulo Estrela e Diaby.
O Marítimo mostrou mais vontade do que o adversário nos primeiros minutos do encontro, com o objetivo de somar os primeiros pontos, mas faltou critério no último terço aos madeirenses, que ora falhavam o enquadramento com a baliza, caso de Beltrame, aos 36 minutos, ora esbarravam na defesa de Portimão.
O Portimonense não chegou muitas vezes à baliza ‘verde rubra’, mas mostrou mais eficácia, tendo ficado o alerta aos 16, quando Yago Cariello na sequência de um canto bateu Matous Trmal, mas o tento acabou invalidado por posição irregular.
A formação de Paulo Sérgio mostrou ter cabeça fria e foi crescendo com o decorrer da primeira parte, acabando por chegar ao golo, aos 43, quando Luquinha, na esquerda, encontrou Welinton Júnior no outro vértice. O brasileiro não hesitou e, de primeira, com a bola ainda no ar, atirou junto ao poste, logrando o único tento da partida.
Em cima do intervalo, os visitantes voltaram à carga, valendo o corte de Zainadine em cima da linha de golo, quando Matous Trmal já estava batido.
Na etapa complementar o jogo não poderia estar a correr pior ao anfitrião, com Zainadine a ter de ser substituído por problemas físicos, aos 56, e, à conta da pobre condição do relvado que foi ainda se deteriorando ao longo da segunda metade, com nota de registo para a atitude de Paulo Sérgio que pediu autorização ao árbitro para entrar em campo, aos 62, para compor um excerto de relva que levantou.
Aos, 68, Joel poderia ter resgatado o empate, num lance que roça o caricato, após um avançado camaronês não ter dado melhor seguimento à jogada por ficado retido devido à instabilidade do terreno, num lance em que os madeirenses reclamaram falta para grande penalidade sobre Cláudio Winck.
Declarações dos treinadores do Marítimo Vasco Seabra e do Portimonense Paulo Sérgio
– Vasco Seabra (Treinador do Marítimo): “Falar de justiça ou injustiça é muito difícil no futebol. Vocês sabem disso tão bem quanto eu. Há 15 dias, eu estava aqui a dizer aquilo que me ia na alma, e que era o meu sentimento também, e senti que, de facto, não tínhamos sido proativos, não tínhamos procurado inverter aquilo que nos tinha acontecido mesmo depois de ter estado a ganhar [frente ao Desportivo de Chaves].
No dia de hoje, é daquelas derrotas que custam mesmo muito. Primeiro, pela atitude dos jogadores, pela forma como se entregaram às coisas. Hoje não ganhámos, mas a equipa lutou muito para o conseguir.
Penso que concedemos muito pouco ao adversário, tirando os últimos cinco minutos, em que estávamos completamente balanceados. Tirando isso, acho que concedemos mesmo muito pouco. A equipa procurou jogar para a frente, com alguma ansiedade, é um facto, e nem sempre bem jogado porque o relvado não está fácil quando a gente precisa de acelerar o jogo, com drible, saída, como é o perfil dos nossos jogadores.
[Condições do relvado] Não sou um especialista em relvados. Agora, é problemático, pois nós não conseguimos travar. Os nossos jogadores querem acelerar, querem travar – e não estou com isto arranjar desculpas pela derrota – e é uma evidência que o relvado levanta com muita facilidade e até nos remates o pé de apoio não consegue aguentar na relva e isso dificulta os remates enquadrados ou com força.
[Se sente o lugar em risco] Serei sempre a solução para o Marítimo e para onde estou. Não vivo agarrado a absolutamente nada, só à dedicação ao meu trabalho e por isso sinto-me tranquilo comigo mesmo. A contestação é uma coisa natural, pois tenho a certeza que se a gente ganhar três jogos seguidos, chegamos aqui e somos aplaudidos”.
– Paulo Sérgio (Treinador do Portimonense): “Tinha advertido os jogadores para não acreditarem em qualquer tipo de facilidade, porque houve muita conversa durante a semana sobre o mau momento do Marítimo. A minha advertência foi no sentido de pensarem que o Marítimo com três jornadas decorridas perdeu com o FC porto e com o Sporting de Braga, não vai haver muitas equipas a bater estes dois adversários.
A minha equipa entrou bem no jogo, muito serena e conseguiu ligar algumas boas jogadas. À medida que o tempo foi passando tornou-se cada vez mais difícil, porque este relvado não ajuda ninguém. Então para uma equipa como o Marítimo que está a jogar em casa e, ainda por cima, porque marcámos primeiro tinha que dar a volta.
O relvado não ajuda ninguém, num estádio tão bonito, com umas condições fantásticas. É pena que este relvado não esteja à altura da competição neste momento, espero que venha a estar.
Na segunda parte, foi um jogo feio, com muito passe errado, muita bola errada. Os próprios jogadores tinham dificuldade em arriscar porque os apoios movem-se. O nosso guarda-redes tem um pontapé muito colocado e assertivo e hoje não saiu um.
Acho que fizemos pela vida e soubemos, com personalidade, levar os três pontos daqui.
Estamos muito satisfeitos [com as três vitórias no arranque do campeonato], obviamente, não vamos ser hipócritas, o campeonato faz-se é de pontos, mas com muita humildade, porque ainda vamos ter muitos dissabores pela frente”.
Jogo no Estádio do Marítimo, no Funchal
Marítimo – Portimonense, 0-1
Ao intervalo: 0-1
Marcador:
0-1, Welinton Júnior, 43 minutos.
Equipas:
– Marítimo: Matous Trmal, Cláudio Winck, Matheus Costa, Zainadine (Moisés Mosquera, 56), Leo Andrade (China, 75), Diogo Mendes (Lucho Vega, 75), António Zarzana (Bruno Xadas, 66), Beltrame, Pablo Moreno (Chucho Ramírez, 56), André Vidigal e Joel.
(Suplentes: Miguel Silva, Moisés Mosquera, Chuchu Ramírez, Edgar Costa, Miguel Sousa, João Afonso, Bruno Xadas, Lucho Vega e China).
Treinador: Vasco Seabra.
– Portimonense: Samuel Portugal, Moufi, Willyan, Pedrão, Relvas, Ewerton (Klismahn, 73), Pedro Sá, Luquinha (Henrique Jocú, 89), Welinton Júnior (Rochez, 90+3), Seck e Yago Cariello (Rui Gomes, 73).
(Suplentes: Nakamura, Zié Ouattara, Henrique Jocú, Gonçalo Costa, Klismahn, Kim, Rochez, Paulo Estrela e Rui Gomes).
Treinador: Paulo Sérgio.
Árbitro: Manuel Mota (AF Braga).
Ação disciplinar: Cartão amarelo para Pablo Moreno (29), Welinton Júnior (41) e China (90+3).
Assistência: Cerca de 4.000 espetadores.