Em 25 de outubro de 2020, o britânico Lewis Hamilton (Mercedes) venceu na estreia do Autódromo Internacional do Algarve (AIA), em Portimão, somando 92 triunfos, mais um do que o alemão Michael Schumacher.
Mas, Portugal já estava na história da modalidade ao ter albergado, em 1985, numa prova disputada à chuva, no circuito do Estoril, a primeira vitória de um futuro campeão, o brasileiro Ayrton Senna.
Em 2020, depois de uma ausência de 24 anos, o AIA tornou-se no quarto palco diferente a acolher o Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1, depois de Boavista, Monsanto e Estoril terem recebido a competição nas 16 edições anteriores.
Desta vez, a pandemia de covid-19 obrigou a uma reformulação do calendário e Portugal entrou como alternativa, que este não ganhou força devido às opiniões favoráveis dos pilotos.
O circuito citadino da Boavista, no Porto, foi o primeiro palco português da Fórmula 1, em 1958. Em 14 de agosto desse ano, o britânico Stirling Moss (Vanwall) foi o primeiro vencedor do Grande Prémio Portugal de Fórmula 1.
Um ano depois, Moss repetiu o triunfo, mas agora no circuito de Monsanto, em Lisboa.
A prova regressaria à Boavista em 1960, com a vitória a sorrir ao australiano Jack Brabham (Cooper-Climax).
Mas já desde 1950 que se realizavam corridas na Boavista (de 1950 a 1953) e em Monsanto (1954 e 1957), que atraíam grandes nomes do automobilismo mundial, como os argentinos José Froilán González ou Juan Manuel Fangio, apesar de não integrarem o novo campeonato de Fórmula 1, criado no início da década.
A partir de 1960, a Fórmula 1 deixou de passar por Portugal, mas ainda houve corridas de automóveis em 1964, 1965 e 1966, em Cascais.
O ‘Grande Circo’ regressa em 1984, já no Autódromo do Estoril, onde se manteve até ao dia 22 de setembro de 1996.
Nessa ocasião, o canadiano Jacques Villeneuve (Williams) sagrou-se o último vencedor da prova, deixando o seu companheiro de equipa, o britânico Damon Hill, na segunda posição. O alemão Michael Schumacher, em Benetton, completou o pódio, mas viria a perder o título nesse ano para Hill.
Entre os marcos que ligaram o Grande Prémio de Portugal à história da modalidade, destaque para o ano de 1985, em que se assistiu ao primeiro dos 41 triunfos de Ayrton Senna (Lotus) no campeonato.
O Estoril foi também o palco da última vitória de Nigel Mansel (Williams) na Fórmula 1.
O francês Alain Prost e o britânico Nigel Mansel são os pilotos com mais triunfos na prova portuguesa, três, seguidos de Stirling Moss, com dois.
Jack Brabham, Ayrton Senna, o austríaco Gerhard Berger, o italiano Riccardo Patrese, Michael Schumacher, Damon Hill, Jacques Villeneuve e os britânicos David Colthard e Lewis Hamilton foram os restantes vencedores em Portugal.
Apesar de quatro pilotos portugueses terem passado pela Fórmula 1, apenas dois disputaram o Grande Prémio de Portugal: Nicha Cabral, em 1959, ano em que terminou na 10.ª posição, e 1960 (abandono por acidente) e Pedro Lamy, na década de 1990.
Lamy correu sempre no Estoril, abandonando em 1993 (com um Lotus). Em 1994 não alinhou, tendo falhado 12 das 16 provas da temporada, por lesão. Voltou em 1995, para voltar a desistir da corrida.
Em 1996, último ano da prova em solo nacional, Lamy foi 16.º com um Minardi, um dos piores carros do pelotão.
Em 1991, Pedro Matos Chaves já tentara disputar a prova lusa mas, tal como aconteceu nas 12 corridas anteriores, não conseguiu qualificar-se no frágil Coloni, colocando, assim, um ponto final na sua participação no campeonato.