O Boavista venceu esta sexta-feira por 1-0 na visita ao Farense, num jogo da 30.ª jornada entre os dois últimos classificados da I Liga portuguesa de futebol, marcado pela estreia do treinador inglês Stuart Baxter à frente dos portuenses.
Um golo de Joel Silva, aos 68 minutos, decidiu o encontro a favor dos ‘boavisteiros’, que conquistaram a segunda vitória nos últimos três encontros, subindo ao 17.º e penúltimo lugar, com 21 pontos, os mesmos dos algarvios, que caíram para 18.º.
Quando faltam quatro encontros para o final do campeonato, as duas formações seguem em zona de despromoção, a dois pontos do AVS, 16.º e em posição de play-off, que no sábado recebe o Casa Pia.
Joel Silva renova esperança do Boavista na estreia a vencer de Baxter
Um golo solitário de Joel Silva permitiu ao Boavista vencer fora (1-0) no duelo de ‘aflitos’ com o Farense, na estreia do técnico Stuart Baxter, e renovar a esperança na manutenção na I Liga de futebol.
No jogo da 30ª jornada, entre os dois últimos classificados, o médio português assinou, já na segunda metade, aos 68 minutos, o seu segundo golo na competição e decidiu a partida a favor dos boavisteiros, que somaram a segunda vitória consecutiva fora.
Na estreia positiva do técnico escocês, o Boavista subiu ao 17.º e penúltimo lugar e ‘entregou’ a lanterna-vermelha ao Farense, ambos com 21 pontos, menos dois do que o AVS, 16.º, em vaga de play-off e que no sábado recebe o Casa Pia.
Entre os mais de 6 mil espetadores, o jogo contou com a presença do algarvio Reinaldo Teixeira, que, no seu primeiro jogo já como presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, recebeu uma camisola do Farense ao intervalo.
Enquanto Tozé Marreco repetiu o ‘onze’ da vitória algarvia (1-0) no reduto do Estrela da Amadora, o novo técnico dos ‘axadrezados’ fez três mudanças face à derrota caseira com o Nacional (0-1), chamando Osman Kakay, Marco van Ginkel e Reisinho.
As duas ameaças registadas nos primeiros minutos – um remate de cabeça de Reisinho ao lado, aos dois, e um desvio por cima de Rui Costa após cruzamento de Tomané, aos seis – deixavam antever um jogo que não se cumpriu de todo na primeira parte.
Com os dois conjuntos obrigados a ganhar, essa urgência raramente se sentiu em campo num período marcado pelas precauções evidenciadas dos dois lados, faltando arrojo ofensivo para causar maior perigo junto das duas balizas.
Nos primeiros 45 minutos, o Farense tentou aparecer mais vezes no terço defensivo boavisteiro, mas arriscou poucas vezes visar a baliza contrária, enquanto o Boavista também não se expôs em demasia.
Perto do intervalo, Joel Silva ameaçou de fora da área, a bola ressaltou no corpo de Tomás Ribeiro e ‘ganhou’ uma trajetória que obrigou Kaique a uma excelente estirada para impedir o primeiro golo.
No segundo tempo, o Farense, que soma nove jogos seguidos sem vencer em casa no campeonato, subiu as suas linhas e ‘chegou-se’ mais à frente, cenário que se intensificou com as três mexidas operadas por Tozé Marreco, aos 61 minutos, embora sem criar verdadeiros lances de perigo.
O Boavista respondeu com maior eficácia e chegou à vantagem, aos 68 minutos: Abascal assinou um lançamento lateral na direita, Tomané cortou para trás e a bola sobrou ao segundo poste para o remate de primeira de Joel Silva, com o pé esquerdo.
Os algarvios responderam quatro minutos depois, com um cruzamento-remate de Marco Matias, na marcação de um livre ‘colado’ à linha lateral, que acertou no poste esquerdo, e continuaram a pressionar até aos minutos finais, mas sem critério e com muitos remates para fora.
Já no sétimo minuto de descontos, na última ocasião dos anfitriões, em novo livre direto em posição frontal, Rony Lopes obrigou Vaclík a ‘voar’ para segurar o triunfo pela margem mínima para a sua equipa.
Declarações após o jogo Farense-Boavista (0-1), da 30.ª jornada
– Tozé Marreco (treinador do Farense): “A frustração é enorme, porque temos novamente, aos cinco minutos de jogo, uma bola na pequena área na primeira oportunidade para fazer golo, e não fazemos.
Foi um jogo dividido [na primeira parte]. Não sabíamos bem o que íamos encontrar do outro lado para conseguir ajustar. Uma bola de um remate exterior que desvia no Tomás [Ribeiro] é a única aproximação do Boavista à nossa baliza, até ao golo.
Entrámos bem na segunda parte, a querer chegar à baliza. Temos mais quatro ou cinco cantos, 10 ou 12 remates, uma bola no poste, outras que andam ali próximas da linha de golo, e não conseguimos fazer. Nem sempre a jogar bem, com muito coração, mas é inexplicável. Nestes jogos, com adversários diretos, é absolutamente frustrante não conseguir fazer um golo aqui no São Luís, por tudo o que fazemos.
E depois, sermos absolutamente penalizados com as aproximações do adversário à nossa baliza, que neste caso deram um golo de um lançamento lateral.
Quando não ganhamos os nossos jogos, é sempre difícil estar a olhar para o que os outros estão a fazer. Temos de fazer primeiro os nossos pontos e é inexplicável que não consigamos nestes jogos em casa fazer golos.
Com o campeonato que estamos a fazer fora de casa, e com resultados minimamente condizentes em casa, estávamos noutra situação.
Não encontro uma explicação lógica. Volto a repetir, nem sempre a jogar bem, mas a fazer mais do que suficiente para chegarmos aqui ao quinto jogo seguido e não conseguirmos marcar, com 50 remates e sete ou oito ocasiões claras de golo. É surreal não haver pelo menos um golo”.
– Stuart Baxter (treinador do Boavista): “Estou no futebol há muito tempo e não acredito que haja segredos.
O que sei é que encontrei jogadores com baixos níveis de confiança e que precisavam de uma razão para acreditar que podiam ganhar este jogo. Falei com eles sobre duas ou três coisas, não 20, que nos podiam ajudar.
Estou orgulhoso pela forma como jogámos na primeira parte. Porque jogar aquele tipo de futebol com ‘uma faça ao pescoço’ [sob pressão] não é fácil.
Na segunda parte, o Farense jogou com muita intensidade e obrigou-nos a defender. Fico satisfeito pela forma como defendemos tão bem. Acho que o segredo esteve nos jogadores, no facto de eles terem ouvido e aceitado o que eu disse, que lhes deu algo para acreditar.
Eu disse-lhes que íamos ter cinco finais. Ganhámos uma e temos outra a seguir. Não podemos ter um dia em que não estejamos super concentrados. Esse vai ser o mantra, quero que continuem a ser cada vez melhores.
Os jogadores estão aliviados e felizes. A viagem de regresso vai ser muito melhor. E estou a ver muitos sorrisos, o que é bom, pois já não acontecia há algum tempo”.
Jogo disputado no Estádio de São Luís, em Faro
Farense – Boavista, 0-1
Ao intervalo: 0-0
Marcadores:
0-1, Joel Silva, 68 minutos.
Equipas:
– Farense: Kaique, Pastor, Cláudio Falcão, Tomás Ribeiro (Álex Bermejo, 74), Paulo Victor, Ângelo Neto (Darío Poveda, 74), Miguel Menino (Filipe Soares, 61), Rony Lopes, Derick Poloni (Marco Matias, 61), Rui Costa (Yusupha, 61) e Tomané.
(Suplentes: Miguel Carvalho, Artur Jorge, Zé Carlos, Yusupha, Álex Bermejo, Darío Poveda, Filipe Soares, Lucas Áfrico e Marco Matias).
Treinador: Tozé Marreco.
– Boavista: Tomas Vaclík, Osman Kakay, Sidoine Fogning, Rodrigo Abascal, Filipe Ferreira (Steven Vitória, 83), Seba Pérez, Joel Silva (Lystsov, 83), Miguel Reisinho, Salvador Agra, Marco van Ginkel (Ariyibi, 83) e Abdoulay Diaby (João Barros, 90+1).
(Suplentes: César, Lystsov, Ariyibi, Moussa Koné, Pedro Gomes, Manuel Namora, Steven Vitória, Gonçalo Almeida e João Barros).
Treinador: Stuart Baxter.
Árbitro: Luís Godinho (AF Évora).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Marco van Ginkel (50), Seba Pérez (62), Miguel Reisinho (90+3), João Barros (90+4) e Lystsov (90+5).
Assistência: 6.171 espetadores.
Leia também: Já ouviu falar do sinal de trânsito H42? Conheça o seu significado