A Ermida de São Sebastião, edifício classificado construído nos finais do século XV, vai receber a partir deste mês obras de restauro no seu retábulo principal.
“A intervenção de caráter conservativo, a cargo da equipa de conservação do Museu Municipal de Faro, deverá ter uma duração aproximada de cerca de quatro meses e tem como objetivo estabilizar os processos de degradação e perpetuar no tempo os valores patrimoniais do retábulo, uma obra de características barrocas, datada de 1720, ano em que o cabido da Sé avançou com um contributo para essa construção”, informa a autarquia farense em comunicado.
Por se tratar de uma ermida invocada a São Sebastião, santo protetor das pestes, esta foi edificada nos finais do século XV nos antigos arrabaldes da cidade de Faro com o objetivo de afugentar pestes e epidemias. Mas existem outras marcas do passado histórico e artístico deste importante templo – severamente danificado com a invasão das tropas inglesas do conde de Essex, em 1596 – que importam reter e que se revelam quer no interior, com a talha e a azulejaria, quer no exterior, com algumas transformações e remodelações arquitetónicas. As principais terão sido empreendidas já no século XVIII, ao que tudo indica pelo conhecido mestre pedreiro Diogo Tavares.
Associada e paralelamente a esta intervenção, o Museu Municipal de Faro prepara “uma agenda de iniciativas com o intuito de alargar aquilo que considera o espírito de divulgação e estudo do património, mas também de mediação cultural, sensibilizando a comunidade e demais públicos interessados nesta matéria, em questões como a proteção das memórias e vestígios históricos”, avança a autarquia.
Essa programação vai incluir visitas guiadas, momentos musicais, palestras e realização de atividades educativas, integradas no plano escolar do Museu.
Ao longo das próximas semanas, o Museu Municipal vai divulgar o programa de atividades deste projeto de recuperação na Ermida de São Sebastião, aberto a todos, com o objetivo de promover uma maior aproximação da comunidade ao património local e de ampliar a rede de pontos turísticos ligados à arquitetura religiosa.
Leia também: Coreto de Faro vai ser requalificado e ganhar uma nova vida